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Violência

Terapeuta morta em Novo Hamburgo "estava sempre com sorriso no rosto e disposta a ajudar", dizem familiares

Lili Souza Momberger, 55 anos, saiu para jantar com amigas e acabou assassinada em suposto assalto

29/11/2017 - 15h58min

Atualizada em: 29/11/2017 - 15h59min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Reprodução / Facebook
Lili Souza Momberger deixa o marido, dois filhos e três enteados

A despedida rápida, avisando que estava atrasada para o jantar de aniversário de uma amiga, foi o último contato que Lili Souza Momberger teve com a família. Por volta de 21h30min de terça-feira (28), cerca de 40 minutos após sua saída de carro, amigas bateram à porta da residência onde ela morava e informaram que a terapeuta holística havia sido baleada a poucas quadras dali, no bairro São Jorge, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. 

Vitor Rosa / Agência RBS

Familiares foram ao local do crime (foto ao lado), na esquina das ruas Engenheiro Jorge Schury e Anchieta, e a encontraram morta. Uma socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) disse aos parentes que Lili acabara de dar seu último suspiro. 

A nora, Nathália Gerhardt, 27 anos, a descreve como uma pessoa sem desentendimentos, que fazia quem estava próximo mais feliz. Lili havia feito aniversário no último dia 20, e vivia um momento tranquilo da vida. Preparava viagens de final de ano e arrumaria, no próximo final de semana, a casa da família em Capão da Canoa, no Litoral Norte, para as festa de final de ano. 

— Ela estava sempre com aquele sorriso no rosto e disposta a ajudar qualquer um, nunca demonstrou tristeza para nós.  Todos gostavam muito dela — afirma a nora. 

Nathália afirma, também,  que a sogra era extremamente espiritualizada e sempre pedia a quem estava próximo para jamais julgar as pessoas que cometem crimes. 

— Se cada um sentisse o amor que a gente sente, isso não aconteceria. Ela nos ensinou a não julgar ninguém. Se eles são assim, algo nas vidas passadas deles aconteceu. A gente tem que amar e entender — comenta a nora. 

O marido de Lili, Ildo André Rebechi, 62 anos, com quem ela viveu os últimos 11 anos, quer deixar Novo Hamburgo. Sócio de um frigorífico em Taquara, ele diz não fazer mais sentido morar no bairro onde a sua mulher foi assassinada. Abalado pelo ocorrido, ele recebeu a reportagem em casa, mas pouco falou. 

Lili deixa dois filhos e três enteados. O velório da terapeuta ocorre nesta quarta-feira, a partir do meio-dia, na Funerária Krause, em Novo Hamburgo. O enterro será na manhã de quinta-feira (30), no Cemitério Municipal de Novo Hamburgo, no bairro Operário.

Polícia acredita que se trata de latrocínio (roubo com morte)

A investigação da Polícia Civil sobre o assassinato começa tentando identificar como o crime ocorreu. O delegado Alexandre Quintão, da 3ª Delegacia da Polícia Civil de Novo Hamburgo, diz que há uma suspeita de que dois homens estavam escondidos próximos a árvores na Rua Anchieta para cometer assaltos quando Lili passou. No entanto, ainda não há nenhuma comprovação de que a ação tenha ocorrido dessa forma. 

A única informação que os investigadores tem até agora é de que dois homens foram vistos em fuga a pé após o disparo fatal. Câmeras de segurança de empresas da região, que possam ter flagrado a rota de fuga dos criminosos, são procuradas. 

Moradores das casas mais próximas de onde o carro de Lili parou foram ouvidos pela reportagem e disseram que no momento do disparo foguetes eram estourados na região, e por isso não saíram para a rua para ver o que ocorria. 

Moradores reclamam de insegurança

Proprietário de um comércio, um homem de 50 anos que pediu para não ser identificado, diz que o bairro São Jorge é alvo constante de assaltos. Ele entende que criminosos de outros bairros agem ali por ser um bairro residencial. 

— É raro ver policiamento. Assalto aqui é comum, só que nunca tinha dado morte —conta o homem que prefere não se identificar. 

A família de Lili também contou que ocorreu um assalto a uma casa recentemente, em que a vítima foi deixada amarrada. Os bandidos teriam fugido com eletrônicos. 

— A gente se sente preso em casa por causa dessa bandidagem em Novo Hamburgo — desabafa a nora de Lili. 


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