Polícia



Violência

Facção apontada por chacina na Lomba do Pinheiro queria ampliar área de domínio, diz delegado 

Cinco pessoas morreram, entre elas três homens e duas mulheres, que estavam em duas casas

27/12/2017 - 14h39min

Atualizada em: 27/12/2017 - 15h04min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Duas pessoas foram mortas nesta casa, outras três em uma residência próxima

A tentativa de uma facção de ampliar a área de domínio no bairro Lomba do Pinheiro, na Zona Leste de Porto Alegre, é considerada pela polícia uma das explicações para uma chacina na madrugada desta quarta-feira (27). Cinco pessoas morreram, entre elas três homens e duas mulheres, que estavam em duas casas.  Até o momento, quatro vítimas foram identificadas.  

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O crime ocorreu por volta das 5h30min, segundo a Polícia Civil, quando oito criminosos fortemente armados chegaram em dois carros escuros e começaram a atirar contra as vítimas.   

Conforme o delegado Rodrigo Reis, responsável pela investigação, a disputa por pontos de drogas é antiga na região, mas se intensificou nos últimos meses.  

— A disputa é antiga, mas agora entrou em ebulição. Nos últimos três a quatro meses, vem fervendo. Sempre ocorreu, mas não como agora. A gente percebe movimento de uma das organizações mais fortemente — explica Reis.  

O delegado esclarece que, ao longo deste ano, a facção apontada pelo crime teria conquistado uma área na Lomba do Pinheiro. Pouco tempo depois, dominou outros dois territórios. Agora, a intenção era conquistar o local onde ocorreu a chacina, controlado por um grupo rival.  

— Eles estão tentando tomar a área, tentando expandir —  afirma Reis.  

O diretor de investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Gabriel Bica, explica que o bairro Lomba do Pinheiro é dividido em várias partes, normalmente relacionados às paradas de ônibus presentes na Estrada João de Oliveira Remião.  

— Cada uma (das partes) está sobre influência de um grupo criminoso, e cada um disputa a hegemonia da região — explica Bica. 

Casa era ponto de drogas

Uma das casas, onde morreram três pessoas, era conhecida como ponto de tráfico de drogas, explica Bica. Duas das vítimas estariam comprando drogas no momento dos tiros, ainda segundo Reis. Uma delas era Dayane Carolina Haggastron de Araujo, 29 anos, e a outra vítima foi identificada apenas pelo primeiro nome, Marcelo. 

A terceira vítima encontrada na casa foi identificada como Jader da Silva Ramos, 34 anos. Conforme o delegado, ele era um pequeno traficante e ainda usuário de drogas.  

Na outra casa, foram encontrados os corpos de Cristiano Roberto Cavalheiro Cardoso,  42 anos, e Jacqueline da Silva Ramos,  32 anos. A mulher é irmã de Jader, o que é considerado pela polícia como um dos motivos para ter sido morta. Para o delegado, ela pode ter sido executada pelo fato do irmão não ter sido localizado na residência.  

Já Cardoso não teria envolvimento com o tráfico de drogas. 

BM vai reforçar policiamento 

Após a chacina, a Brigada Militar vai reforçar o policiamento na região. Segundo o major Cláudio Alonso, que responde pelo comando do 19º Batalhão de Polícia Militar, a intenção é evitar novos casos:

— Ali existe policiamento diuturno. Para que não ocorra novos eventos, vamos intensificar o policiamento no local.  

Alonso salientou que trabalha para auxiliar à Polícia Civil na identificação dos suspeitos.  

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