Polícia



Violência na Capital

Mãe e filha são mortas na Ilha do Pavão

Três homens chegaram em um Onix marrom e começaram a disparar contra as vítimas, que estavam em casa

03/01/2018 - 10h26min


Renato Dornelles
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Mãe e filha foram mortas em um ataque a tiros em plena tarde desta terça=feira (2), na Ilha do Pavão, na região do bairro Arquipélago, zona norte de Porto Alegre. Testemunhas disseram que a família estaria sofrendo ameaças para que abandonasse a casa em que morava.

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André Feltes / Especial

A vendedora ambulante Andréia Adelaide Leal Castro, 45 anos, o marido (cujo nome está sendo preservado) e a filha do casal, Andressa Castro de Brito, 18, estavam em casa, na Rua A, nas proximidades da BR-290, quando, por volta das 16h30min, um Onix marrom – segundo descreveram testemunhas – parou em frente à residência. Do carro, desembarcaram três homens que invadiram o local, atirando. 

Os três correram para os fundos, onde havia grande quantidade de material reciclável. Foram perseguidos pelo trio. O homem conseguiu se esconder, mas Andréia e Andressa não tiveram a mesma sorte. Atingidas, mãe e filha morreram no local.

O caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP). A delegada Roberta Bertoldo, que esteve no local do crime, lembrou que a região, até a metade do ano passado, sofria onda de homicídios vinculados à guerra do tráfico.

— Desde junho, não ocorreram problemas. Infelizmente, voltaram a acontecer — lamentou a delegada.

A polícia recebeu a informação de que uma família moradora de uma das casas vizinhas foi expulsa há pouco tempo por traficantes ligados a uma facção criminosa, que estariam considerando o local um ponto estratégico para a instalação de uma base, visando a ampliar seu controle na região. Da mesma forma, a família de Andréia e Andressa estaria recebendo ameaças para que abandonasse a moradia.

Famílias expulsas da Ilha do Pavão

No final de junho, cerca de 20 famílias abandonaram suas casas na Ilha do Pavão. Parte teria sido expulsa pelo tráfico, e as demais teriam saído por medo dos constantes tiroteios. Muitos deixaram as moradias levando apenas roupas, deixando para trás móveis e até cachorros. Dois meses depois, um incêndio destruiu nove casas no local. Duas pessoas necessitaram de atendimento. Não foi descartada a hipótese de que tenha sido criminoso.

O histórico de conflitos é antigo. Em 2014, traficantes impuseram a moradores espécie de toque de recolher: depois das 20h, obrigavam motoristas a acionar a luz baixa e se identificarem ao entrar no local.

Com as mortes de mãe e filha ontem, Porto Alegre contabiliza pelo cinco assassinatos em dois dias do ano. Também ontem, por volta de 16h, na Avenida Deputado Adão Pretto, no bairro Lomba do Pinheiro, na Zona Leste, houve um tiroteio e um homem atingido morreu no local. 

A Brigada realizou buscas pelos autores do crime e entrou em confronto com criminosos na altura da Parada 7. Por volta de 17h45min, um dos suspeitos foi morto. Outro ficou ferido e um adolescente foi apreendido.

O primeiro homicídio de 2018 ocorreu após a virada do ano, quando uma Maria Julia Alcântara Poncio,  14 anos, morreu supostamente atingida por uma bala perdida.

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