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Depressão e ansiedade

Quem é Fabi Grossi e por que ela é importante para as redes sociais

Robô foi criado para ajudar jovens a entenderem o perigo de enviar fotos íntimas na web e o quanto a depressão pode estar perto

29/03/2018 - 10h27min


Júlio Boll
Júlio Boll
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 Em tempos em que doenças como a depressão, a ansiedade e tantos outros males psicológicos afligem adultos e adolescentes, pequenas iniciativas nas redes sociais podem fazer muita diferença. Nos últimos dias, o robô Fabi Grossi voltou a ganhar atenção no Facebook e foi tema de comentários por sua história, que faz refletir sobre o envio de fotos íntimas pela web.

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A dinâmica é simples: o usuário entra na fanpage de Fabi Grossi, personagem fictícia criada pela Unicef e pelo Facebook, e manda uma mensagem direta para ela, que revela uma história complexa. Após dois anos de relacionamento, o ex-namorado compartilhou um vídeo íntimo do casal sem aviso prévio.

O chatbot faz o usuário pensar: será que é preciso avisar os pais sobre o que aconteceu? E como administrar os julgamentos de amigos e diferentes rodas sociais? 

Para dar mais veracidade ao robô, a conversa dura cerca de 48 horas, com a troca de mensagens de áudio, selfies e até gírias utilizadas pelos jovens.

Reprodução / Facebook

O desenvolvimento do papo

Em entrevista ao G1, a empresa desenvolvedora do robô, a Sherpas, afirma que Fabi Grossi pode ter algumas variações conforme a conversa flui. Veja algumas delas:

- Se o usuário parece ser uma vítima de pornografia de vingança, ela passa a falar menos de si e tenta entender em como pode ajudar

- Se a pessoa for alguém que ache que ela não se protegeu o suficiente e foi exposta por isso, passa a explicar porque é vítima e não descuidada

- Por fim, Fabi explica o quanto toda esta situação é nociva e pode implicar em responsabilidade judicial caso alguém tenha vazado um vídeo ou foto íntima sem permissão.

A Unicef, aliada no projeto, informou que o Brasil foi o primeiro país a receber um chatbot para discutir um tema como esse nas redes sociais. 

— A ferramenta permite engajamento um a um, porque você não pode ter uma pessoa atendendo todos os adolescente 24 horas por dia. Quem trabalha com crianças e adolescentes enfrenta esse desafio: como chegar a eles com a informação de que precisam — disse Florence Bauer, representante da Unicef no Brasil, ao G1.

Reprodução

 A importância do assunto

 Os números sobre internet reafirmam o quanto a presença de um robô, que discuta um tema tão grave como o compartilhamento de fotos íntimas, é necessária para que os jovens sejam alertados. Dados recentes da Unicef apontam que, entre os jovens de 15 a 24 anos, 78% deles estão na internet no Brasil. Quando todas as faixas etárias são consideradas, a taxa de conectividade com a web é de 48%. 

Atualmente, vivemos em uma sociedade que lida com a depressão e casos de suicídio. Em um período de quatro anos, o Brasil registrou um aumento de 12% nas mortes por suicídio, conforme estudo publicado pelo Ministério da Saúde em 2017

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