Polícia



Medo e revolta

Atirador confesso de bala perdida que acertou bebê em Vacaria não teve prisão decretada 

Disparo atravessou bochecha e garganta do menino sem deixar nenhuma sequela

24/04/2018 - 10h19min


Leonardo Lopes
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Marcelo Casagrande / Agencia RBS

Após 30 dias, uma manicure de 36 anos ainda não consegue acreditar no pesadelo que viveu. Faltam palavras para descrever o desespero de ver seu bebê, de apenas seis meses, ser baleado no rosto dentro de casa por uma bala perdida. Entre a revolta e o medo, é o sentimento de impunidade que mais incomoda os moradores do bairro Borges, em Vacaria. Passados 30 dias do fato, o autor confesso dos disparos não sofreu qualquer sanção legal. Felizmente, o tiro atravessou a bochecha e a garganta do menino sem deixar qualquer sequela. 

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A investigação sobre o caso foi concluída pela Polícia Civil com o indiciamento de Dionata Velho dos Santos, 25 anos, conhecido como Carunchinho, por tripla tentativa de homicídio, sendo duas por dolo eventual. Para o delegado Carlos Alberto Defaveri, ficou claro que, ao correr atirando pela via pública, o investigado assumiu o risco de matar inocentes, como quase aconteceu com filho da manicure e a adolescente de 16 anos que o segurava no colo. Após a atravessar o rosto do bebê, o impacto da bala causou um hematoma no seio da jovem. Se ainda tivesse força, o tiro teria perfurado o coração da adolescente.

Apesar de o inquérito ter sido finalizado ontem, a prisão preventiva de Carunchinho já havia sido solicitada no dia 4 de abril. Os argumentos e provas apresentadas pela Polícia Civil, porém, não foram suficientes para convencer a juíza Greice Prataviera Gazziontin a decretar o recolhimento de Carunchinho. O fato de a magistrada ter autorizado o atirador confesso a responder ao processo em liberdade ser a mesma que interditou o Presídio Estadual de Vacaria, no dia 12 de abril, preocupa a comunidade.

— Não temos a resposta do ofício, então não sabemos (por que a prisão preventiva não foi decretada). Não posso afirmar que tem relação com a interdição do presídio. Por ser da VEC e da 1ª Vara Criminal, existe essa coincidência de ser a mesma magistrada. O pedido chegou (ao juízo) dois ou três dias antes da decisão pela interdição da casa prisional — afirma o delegado Defaveri.

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