Sistema prisional
Empresa começa instalação de cabos das antenas para bloquear sinal de celulares em penitenciária
Proposta é evitar o contato telefônico de presos com pessoas que vivem fora das cadeias e impossibilitar que, a partir de ligações, crimes sejam coordenados por detentos
Após uma semana do anúncio, começou a instalação dos cabos para as antenas dos bloqueadores de sinal de celular no complexo prisional de Canoas, formado por quatro penitenciárias, na região metropolitana de Porto Alegre. Por mês, o governo vai pagar
R$ 122 mil à empresa Coringa para o aluguel do equipamento e manutenção do serviço.
O trabalho se iniciou pela Penitenciária Estadual de Canoas 1, conhecida por Pecan 1, em funcionamento há dois anos e que fica em área mais elevada do terreno em relação às outras três casas prisionais. Nesta terça-feira (10), dois técnicos foram ao local e começaram a passar os fios, que serão protegidos por encanamento de ferro.
Segundo o diretor substituto da penitenciária, Marcionei Rosa, o trabalho com os fios deve levar 15 dias. Ao todo, serão afixados 5 mil metros de cabos, similar aos utilizados para conexão de internet, nas partes interna e externa da casa prisional.
Está é a segunda fase da instalação. A primeira foi a elaboração do projeto, que serve como base para posicionar os fios. A terceira e última etapa é a colocação das antenas.
Apenas o setor administrativo, que fica na parte da frente da penitenciária, ficará fora do "cinturão" para bloqueio do sinal. Ao todo, serão instaladas 20 antenas na Pecan 1. A proposta é evitar o contato telefônico de presos com pessoas fora do sistema prisional e impossibilitar que, a partir de uma ligação, crimes sejam coordenados de dentro das prisões.
Conforme o diretor da Pecan 1, há 370 detentos na penitenciária. O número é considerado abaixo da capacidade máxima, de 397 presos.
Ainda não há previsão para o início do cabeamento nas outras três penitenciárias. Segundo os técnicos, que preferiram não se identificar, o projeto ainda não foi finalizado para o restante do complexo, que tem mais de 7 mil metros de área construída. Nas três prisões, serão instaladas outras 60 antenas.
Sistema deve estar operando até 28 de abril
O titular da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Ângelo Carneiro, observa que a empresa tem 45 dias para colocar o sistema em funcionamento a partir de 14 de março, quando foi assinado o contrato. Ou seja, o prazo final é 28 de abril. Os bloqueadores devem se estender para todos as operadoras e não podem provocar o corte do sinal das residências próximas.