Polícia



Litoral Norte 

"Não reagiria se não tivesse preparo", diz dono de farmácia que matou terceiro assaltante 

Empresário já havia reagido a roubos e atirado em bandidos em 2013 e 2016, em Rainha do Mar

26/04/2018 - 07h47min


Leticia Mendes

Assaltado sete vezes nos 26 anos em que mantém uma farmácia em Xangri-lá, no Litoral Norte, um empresário de 58 anos decidiu reagir. Nos três últimos roubos, baleou e matou um dos assaltantes. No começo da tarde desta quarta-feira (25), ele hesitava falar sobre o episódio. Concordou em atender a reportagem por telefone. 

Atirador profissional há três décadas, ele disse que desconfiou quando viu um trio entrar pela porta da farmácia, na Avenida Alameda Água Marinha, em Rainha do Mar, na noite de terça-feira (24). O primeiro a ingressar no estabelecimento tinha dito ao proprietário, que atendia no balcão, que precisava de um remédio. Atrás do falso cliente estavam os outros dois criminosos. Quando um dos assaltantes se preparava para sacar um revólver da cintura, o dono da farmácia sacou uma pistola 380 e atirou na direção do criminoso armado. Os três bandidos correram para fora do estabelecimento. Baleado no pescoço, um deles tombou morto em um gramado a cerca de 150 metros do local. Os outros dois renderam um motorista e fugiram. 

— Atirei para me defender. Dei apenas um disparo e os outros saíram em retirada. Poderia ter atirado nos outros. Atirei no que estava com a arma. Só estou defendendo a minha vida. Não reagiria se não tivesse preparo — afirma. 

O comerciante relata que treina em estandes de tiro de Osório ou Porto Alegre pelo menos uma vez por semana. A atividade que começou como hobby rendeu títulos em campeonatos de tiro. Atualmente, ele diz que sempre está armado:

— Estou reagindo porque tenho conhecimento, estou apto para isso, tenho porte há mais de 30 anos.

Ele afirma, no entanto, que preferiria usar a arma somente para diversão. 

— Seria melhor se não precisasse usar, mas estou me defendendo. 

No ano passado, durante alguns meses, o empresário chegou a trabalhar com um colete à prova de balas. Ele costuma fechar o estabelecimento, diariamente, por volta das 22h. Agora, cogita reduzir o horário de atendimento. Questionado se não tem medo de represálias, avisa:

— Sempre estou preparado.


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