Polícia



Em processo de separação

Supermãe e trabalhadora: amigos contam quem era a mulher morta pelo ex-marido em Porto Alegre

Além de Mariane da Silva Isbarrola, 30 anos, também foi assassinada Terezinha de Fátima Pereira da Silva, 56 anos, mãe dela

26/04/2018 - 07h46min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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Facebook / Reprodução
Mariane da Silva Isbarrola e Terezinha de Fátima Pereira da Silva foram mortas na manhã desta quarta

Trabalhadora, alegre e supermãe. Três adjetivos que ajudam a definir Mariane da Silva Isbarrola, 30 anos, segundo amigos e conhecidos ouvidos por GaúchaZH. Ela e sua mãe, Terezinha de Fátima Pereira da Silva, 56, foram mortas a facadas na manhã desta quarta-feira (25) em um apartamento, na zona norte de Porto Alegre.

O principal suspeito do crime é o ex-companheiro de Mariane, que se entregou à polícia por volta das 11h30min.

Mariane e o ex-companheiro se conheciam desde a adolescência, segundo uma amiga, que preferiu não se identificar. Os dois tinham terminado a relação na última sexta-feira (20) e, para ajudar a criar as duas filhas do casal, de 4 e 7 anos, Terezinha passou a morar no local.

— Ela foi lá ajudar e acabou sendo morta — conta a amiga, que conhecia Mariane há quatro anos.

Ainda segundo a mulher, o homem não aceitava a separação.

— Ele não aceitava nada disso. Ele se sentiu humilhado, porque era ela quem colocava dinheiro em casa — conta a mulher.

A amiga relata que Mariane convivia na casa dela, com o companheiro, inclusive indo a jantares. Agora, após os crimes, ela se diz assustada com a brutalidade das mortes.

— É horrível saber que conviveu com um maluco por perto. A Mariane era mãe maravilhosa, trabalhava horrores — observa a amiga.

Vitor Rosa / Agência RBS
Crime ocorreu em apartamento no bairro Humaitá

Vítima era concurseira

Mariane se formou em 2009 em Terapia Ocupacional. Antes mesmo de completar a faculdade, começou a fazer concursos públicos. Em 2008, ficou em quarto lugar em uma seleção para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para uma vaga em Canoas.

A partir daí fez diversas seleções para prefeituras e órgãos públicos da região metropolitana de Porto Alegre. Em 2013, foi chamada para assumir uma vaga em  Montenegro, a 61 quilômetros da Capital, onde trabalhava no Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Mariane iria completar cinco anos no cargo no próximo domingo (29). Segundo a secretária de saúde do município, Ana Maria Rodrigues, Mariane iria ser homenageada na sexta-feira (27) na prefeitura.

— É um hábito homenagear os servidores pela dedicação, trabalho. A Mariane sempre foi uma pessoa muito meiga, simpática, feliz. Uma pessoa extremamente competente, carismática, excelente colega. Os pacientes gostavam muito dela — conta a secretária.

Em Montenegro, ajudava a atender os 300 pacientes que passam por mês pelo Caps.

— No Caps, a gente trabalha com sofrimento e problemas das pessoas. E a Mariane era profissional que tinha esse perfil, para atender essas pessoas. Ela me dizia: "Eu amo o que faço, sou apaixonada pelo meu trabalho". Fazia com dedicação — conta a secretária.

Devido à morte de Mariane, o Caps suspendeu as atividades nesta quarta-feira.

"Muito calma", diz amiga

Uma amiga de infância, que também preferiu não se identificar, classifica Mariane como "muito calma" e "sem atrito com ninguém". A mulher mora a poucos metros de distância de Mariane e ficou assustada ao saber do crime.

— Quando li que ela estava sofrendo ameaças, não acreditei, fiquei chocada. Encontrei com ela no supermercado com o marido, a mãe e as filhas, no começo do mês, e não percebi nada — conta.

Segundo a amiga, Mariane tinha perdido o pai há um ano.


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