Caso Ilza
Um dos réus por assassinato de idosa em Porto Alegre tem júri adiado
Ex-porteiro do prédio de aposentada, morta em 2008, apresentou novo defensor; outros dois serão julgados nesta quarta-feira
Um dos réus que responde pela morte da idosa Ilza Lima Duarte, 77 anos, ocorrida em Porto Alegre, há dez anos, teve o júri adiado. Paulo Giovani Lemos da Silva, que trabalhou como porteiro no prédio da vítima, deveria ser julgado na manhã desta quarta-feira (23) com outros dois réus.
No entanto, uma nova defesa, que substituirá a Defensoria Pública, acabou se apresentando. Segundo o Tribunal de Justiça, o advogado informou que não teve tempo de estudar o processo. Uma nova data deverá ser definida para o julgamento do ex-porteiro.
— É lamentável, mas a nossa legislação comporta essa possibilidade — observou o promotor de Justiça André Martinez.
Além de Silva, respondem pelo assassinato da idosa Pablo Miguel Scher, que era auxiliar de serviços no prédio da vítima, e a mulher dele, Andreia da Rosa, que trabalhava como empregada doméstica no mesmo condomínio. Eles serão julgados nesta quarta-feira. A Defensoria Pública é responsável pela defesa dos dois.
Para a acusação, os três cometeram o crime a mando de um casal, que era vizinho e amigo íntimo de Ilza. O Ministério Público argumenta que Roberto Petry Homrich e Maria Fernanda Corrêa Homrich planejaram a morte da vizinha como forma de antecipar o recebimento de bens. Eles eram herdeiros de cinco apartamentos da vítima — após a morte, renunciaram a herança.
O casal Homrich deve ser julgado em outra sessão, já que possui recursos tramitando em instância superior. A defesa do casal informou que não está autorizada a se manifestar. A Defensoria Pública só deverá falar após o julgamento.
O caso
Ilza Lima Duarte, 77 anos, foi encontrada morta dentro de seu apartamento na Avenida Borges de Medeiros, no centro da Capital, em 15 de fevereiro de 2008. O caso inicialmente foi tratado como morte natural. No entanto, um mês após a morte, amigas da vítima pediram uma cópia da certidão de óbito e descobriram que ela tinha sido estrangulada. O caso acabou culminando no indiciamento e na acusação de cinco pessoas pela morte da aposentada. Os cinco são réus no processo e respondem em liberdade.