Polícia



Investigação

Casas de papel: presos três suspeitos de lesar clientes de construtora

Os imóveis eram vendidos pela empresa mas não eram entregues ou, quando concluídos, tinham  materiais de baixa qualidade

17/08/2018 - 09h15min


José Luis Costa
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Renato Dornelles
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A Polícia Civil prendeu três pessoas, nesta sexta-feira (17), suspeitas de lesarem clientes que adquiriram casas pré-fabricadas ou de alvenaria em sete cidades da região metropolitana de Porto Alegre e do Litoral. Foram presos preventivamente, em Viamão, Jaime Bibiano da Silva, 55 anos, o filho dele, Sidnei Nunes da Silva, e David José Nunes Heberle.

Eles são investigados por crimes de organização criminosa e estelionato. A ação policial ocorre em conjunto com o Procon de Porto Alegre.

Segundo o delegado Rafael Liedtke, titular da delegacia do consumidor, até o momento há a identificação de 15 vítimas que teriam sofrido prejuízo de aproximadamente R$ 250 mil. O delegado solicitou e a Justiça decretou o bloqueio de contas bancárias de quatro empresas ligadas à construtora.

Conforme a investigação, os suspeitos são responsáveis por uma construtora que cobra dos clientes pagamento adiantado de parte do custo dos imóveis, incluindo material de construção e mão de obra, com a promessa de entregar a moradia em um período de 50 a 60 dias, mas há construções inacabadas e algumas nem sequer iniciadas há quase dois anos.  

As reclamações de consumidores foram apuradas pelo Grupo de Investigações da RBS (GDI) e abordadas em reportagens nos jornais Diário Gaúcho, Zero Hora, no site GaúchaZH e na RBS TV.

Em alguns casos, os clientes pagavam valores à empresa, mas nunca receberam as residências. Em outros, o prazo não era cumprido e as moradias apresentavam problemas, já que material de baixa qualidade era usado. Empreiteiros também relatam não terem recebido. 

O grupo alvo da operação desta sexta-feira é responsável pela Construtora Martins, com sede na RS-118, em Viamão. O estabelecimento seria identificado por cinco empresas com razão social, telefones e Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) distintos. Os proprietários são cinco pessoas da mesma família.

Contrapontos

Ao ser detido nesta sexta-feira, David José Nunes Heberle afirmou:

— A gente teve algumas pendências, mas estamos resolvendo. Por causa dessa crise, está muito difícil.

A reportagem busca contato com a defesa dos demais suspeitos, mas não conseguiu retorno até a publicação desta reportagem.


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