Polícia



Investigação

Seis são indiciados por venderem casas pré-fabricadas e de alvenaria e não entregá-las

Além dos três presos no dia 17 e dos dois detidos nesta sexta-feira (24), uma mulher foi incluída no inquérito

24/08/2018 - 19h00min


José Luis Costa
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Renato Dornelles
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Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Lauro Alves / Agência RBS
Sede na RS-118, em Viamão

O delegado Rafael Liedtke, titular da Delegacia do Consumidor, concluiu nesta sexta-feira (24) o inquérito referente às denúncias contra a Construtora Martins, com sede em Viamão, que, de acordo com clientes, vendia casas pré-fabricadas e de alvenaria, cobrava valores adiantado e não as entregava. Seis pessoas foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa e estelionato (diversas vezes). 

Nesta sexta-feira, também, a Polícia Civil prendeu, em Porto Alegre, mais dois suspeitos de lesar clientes. A dupla, de acordo com o delegado Rafael Liedtke, trabalhou para a construtora. A empresa foi alvo de ação da Polícia Civil e do Procon de Porto Alegre no dia 17 de agosto. Já foram identificadas cerca de 40 vítimas que sofreram um prejuízo aproximado de R$ 400 mil, no total.  

Foram presos nesta sexta-feira Luciano Agnes Besestil, 41 anos, e Anderson Dias de Quadros, 33 anos. Outros três suspeitos já haviam sido detidos na semana anterior: Jaime Bibiano da Silva, 55 anos, o filho dele, Sidnei Nunes da Silva, 35 anos, e o irmão deste por parte de mãe, David José Nunes Heberle, 25 anos

Os cinco tiveram prisão preventiva decretada e foram encaminhados ao Presídio Central. Além deles, deve responder pelo caso uma mulher que não foi localizada e está sendo considerada foragida.

Besestil foi encontrado pelos policiais no bairro Rubem Berta, na Zona Norte. Já Quadros, que era gerente da Construtora Martins em Tramandaí, no Litoral Norte, estava no Jardim Carvalho, na Zona Leste. De acordo com o delegado, os dois foram reconhecidos por testemunhas como vendedores e "cooptadores" de vítimas, além de representarem a empresa, como prepostos, em audiências na Justiça.    

— Inclusive, firmavam acordos que depois não eram cumpridos — afirma o delegado.  

Além de decretar as prisões preventivas, a Justiça, acolhendo a solicitação do delegado, ordenou o bloqueio de contas bancárias de quatro empresas ligadas à construtora.  Os valores bloqueados não foram revelados.

De acordo com a investigação, a construtora cobra dos clientes pagamento adiantado de parte do custo dos imóveis, incluindo material de construção e mão de obra, com a promessa de entregar a moradia em um período de 50 a 60 dias. 

Contudo, há obras inacabadas e algumas nem sequer iniciadas há quase dois anos. Reclamações de consumidores foram apuradas pelo Grupo de Investigações da RBS (GDI) e abordadas em reportagens nos jornais Diário Gaúcho, Zero Hora, no site GaúchaZH e na RBS TV.

Contraponto

De acordo com o delegado, Luciano Agnes Besestil e Anderson Dias de Quadros admitiram que trabalharam para a Construtora Martins, mas negaram participação nas supostas fraudes. 

O advogado Marcelo Trelles, que representa Jaime Bibiano da Silva, Sidnei Nunes da Silva, e David José Nunes Heberle, disse que aguarda resposta do Judiciário para o seu pedido de revogação das prisões preventivas deles.

Você foi vítima? Veja o que fazer:

— Registre uma ocorrência em órgãos de defesa do consumidor (como o Procon) e na Delegacia do Consumidor.
— Guarde todos os documentos que possam servir de provas, como contrato e recibos.
— Ingresse com ação judicial pedindo ressarcimento das perdas.
Fontes: Delegacia de Defesa do Consumidor e Procon RS 


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