Polícia



Operação 15x21

Polícia deflagra operação contra golpe da foto aplicado em idosos

São cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em seis empresas de Porto Alegre 

30/10/2018 - 21h54min

Atualizada em: 30/10/2018 - 21h55min


Leticia Mendes
Mateus Bruxel / Agencia RBS
Agentes fizeram buscas dentro de estúdios suspeitos em galerias no Centro Histórico

Um golpe aplicado em idosos foi alvo de ação da Polícia Civil na manhã desta terça-feira (30) em Porto Alegre. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em seis empresas durante a chamada Operação 15x21. Materiais usados nos golpes, documentos e fotografias de vítimas foram apreendidos pelos policiais. 

O esquema é conhecido como golpe do book fotográfico ou golpe do brinde. Pelo menos 33 pessoas procuraram a polícia relatando o crime. Segundo a delegada Larissa Fajardo, da Delegacia do Idoso, os estelionatários abordam as vítimas no Centro Histórico e as convencem a ingressar nos estúdios. 

— Quando a vítima não se convence a ir pelas fotos, eles prometem brindes. Encontram uma forma de convencer — explica a delegada. 

As vítimas são mulheres idosas, normalmente acima dos 70 anos, que estejam sozinhas. Dentro do estúdio, elas são maquiadas e são feitas diversas fotografias. 

— São locais abafados, quentes. A vítima muitas vezes fica perturbada, pede água e eles não dão. Para o idoso, a desidratação logo causa perturbação mental, o que facilita o golpe — diz Larissa.

Depois das fotografias, vem a cobrança com valores exorbitantes, que podem chegar a R$ 4,5 mil. Conforme a delegada, juntas, as 33 vítimas foram lesadas em R$ 50 mil. 

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Policiais apreenderam fotografias de vítimas e documentos que serão usados na investigação

— O valor cobrado depende da capacidade financeira da vítima. Eles parcelam em até 10 vezes, usam os cartões da idosa. A vítima só se dá conta do golpe quando vem a fatura ou quando conta a algum familiar — explica.

Ainda conforme a delegada, uma das dificuldades de flagrar os estelionatários é porque eles costumam mudar de endereço com frequência. Nas galerias alvo da ação desta terça, foram apreendidos materiais usados nas fotografias e documentos. Com a operação, a policial espera que mais vítimas se encorajem a denunciar. 

— A primeira ocorrência que temos registro é de agosto do ano passado. Acreditamos que mais idosas possam procurar a polícia agora — afirma Larissa.

Os nomes das empresas suspeitas não foram divulgados. O nome da operação remete ao tamanho das fotos que, em geral, eram vendidas às idosas.

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Polícia suspeita que o prejuízo causado às vítimas seja maior do que o apurado até o momento

Fotografias de vítimas apreendidas

Durante a operação, os policiais apreenderam diversas fotografias das vítimas do golpe. Algumas delas já registraram ocorrência na Polícia Civil. No entanto, muitas fotografias são de mulheres que não procuraram a polícia. 

— Estamos fazendo o levantamento desse material e vamos tentar identificar essas outras vítimas. Pegamos muitos extratos de cartões. Acredito que o prejuízo estimado, que tínhamos até o momento, deve aumentar — diz Larissa. 

As pessoas encontradas dentro dos estúdios foram encaminhadas para prestar esclarecimentos como testemunhas, já que não houve flagrante de nenhum caso ocorrendo no momento. Aos policiais, elas confirmaram como ocorria o golpe. Agora, a polícia tenta identificar quem são os proprietários das empresas. 

— Conseguir identificar os aliciadores. Nesta segunda fase vamos ouvir os locatários para descobrir se são os verdadeiros donos, portanto, os responsáveis pelos golpes, ou "laranjas" — explica Larissa.


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