Polícia



Um ano de atentado

Sete são réus pelo ataque a tiros que matou casal e feriu cerca de 30 pessoas em Gravataí

Um oitavo suspeito de participação no crime foi torturado e morto. Um dos acusados está foragido 

23/10/2018 - 21h34min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Após um ano, marcas dos tiros ainda podem ser encontradas em paredes e portas de estabelecimentos

Uma investigação da polícia concluiu que o tiroteio ocorrido há um ano em um baile funk — que matou um casal e feriu cerca de 30 pessoas — foi promovido por uma facção para atingir um alvo que estava na festa, sem poupar as outras pessoas. O episódio fez as autoridades se posicionarem, no que foi considerada a gota d’água para um ano em que Gravataí viveu, também, o assassinato de um policial e a execução de primos, que foram obrigados a cavar a própria cova.

Somente em 2017, 134 pessoas foram assassinadas na cidade, a maioria delas pela mesma motivação: disputas pelo controle do tráfico de drogas. A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) respondeu com envio de tropas do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, um helicóptero e agentes para reforçar a investigação da Polícia Civil, que identificou os atiradores.

São réus na Justiça seis homens e um adolescente. Eles foram denunciados pelo Ministério Público por dois homicídios, cerca de trinta tentativas de assassinatos, roubo (já que antes de abrirem fogo assaltaram um dos participantes da festa) e corrupção de menores. A denúncia foi aceita pela Justiça no início de 2018. Caso sejam condenados, as penas podem somar mais de cem anos de prisão.

Um oitavo participante do crime foi sequestrado, torturado e executado brutalmente na área rural de Gravataí após ter sua foto divulgada como suspeito do atentado. Dos demais, há somente um foragido: Lucas Ariel Soares Teixeira, 23 anos.

O processo está em fase de audiências. Uma já foi realizada e outra foi agendada para dezembro. O MP arrolou 18 testemunhas para serem ouvidas. 

O promotor Octávio Cordeiro Noronha, que atua no caso, diz que o número de tentativas de homicídios em que os réus foram denunciados poderia ser maior, já que há vítimas feridas que não foram identificadas.

Após o elevado número de homicídios, 2018 registrou forte queda neste tipo de crime em Gravataí. Segundo a SSP, entre janeiro e setembro deste ano, 44 pessoas foram assassinadas. No mesmo período do ano passado, foram 105. A queda do número de homicídios na cidade é de 58% no período.


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