Polícia



Violência

'Era para eu estar com ele', conta familiar de homem morto em ataque a tiros na Zona Norte

Técnico de som é proprietário do carro alvo dos disparos que mataram três homens na madrugada desta segunda-feira na Capital 

03/12/2018 - 21h35min

Atualizada em: 03/12/2018 - 21h52min


GZH
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Proprietário do carro envolvido no ataque a tiros com três mortos na madrugada desta segunda-feira (3) na Capital, o técnico de som Marcio da Silva Alves, 40 anos, conta que o primo dele foi uma das vítimas. Marcus Vinicius Silva da Silva, 34 anos, estaria no volante do automóvel, quando foi alvejado na esquina das ruas Carlos Salzano Vieira da Cunha e Pedro Aurélio Barth, no bairro Jardim Itu-Sabará, na Zona Norte

O familiar relata que os dois trabalharam em uma festa na Marina Navegantes São João durante todo o domingo (2). Durante a madrugada, após o fim do evento, Marcus Vinicius teria pego o Logan prata do primo para seguir até o local onde são guardados os equipamentos. 

— Ele saiu às 4h da manhã e foi para meu depósito descarregar — diz. 

Junto com ele estavam mais dois homens — um deles foi deixado em casa antes do crime e o outro, ainda sem identificação divulgada, acabou vítima do tiroteio. O destino do veículo deveria ser a Rua Tenente Ary Taragô, no bairro Jardim Itu-Sabará, onde fica o depósito.  

Alves conta que saiu da festa pouco depois do primo. No trajeto, diz que ouviu os disparos. Moradores relataram que escutaram tiros e rajadas por cerca de 10 minutos na região. Peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) recolheram na área cápsulas de fuzil 5.56, pistola 9 mm e de escopeta calibre 12. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Vítimas estavam dentro de um Logan, com placas de Porto Alegre

— Estava passando na esquina dessa rua. Ouvi aquela saraivada de tiros. Ali sempre tem esse tipo de coisa. Ouvi no rádio que tinha dado um tiroteio, mas não liguei as coisas — afirma. 

Ao chegar ao depósito, estranhou o fato do primo ainda não estar lá com o carro. Depois disso, segundo ele, tentou entrar em contato por telefone, mas ele não atendia. 

— Estava estranho porque ele não me atendia. Cheguei primeiro (ao depósito), sendo que saí depois (do local da festa). O telefone estava desligado _ recorda. 

O técnico de som conta que telefonou para outro homem, que estava no carro. Ele informou que Marcus Vinicius havia lhe deixado em casa, na Avenida Protásio Alves, cerca de 20 minutos antes. 

— Disse que largaram ele e estavam indo para o depósito. Só percebi que podia ter algo a ver quando vi meu carro na foto. 

Dentro do carro, estavam cabos usados nos equipamentos, a cadeirinha do filho de Alves e um notebook. Segundo a Polícia Civil, não havia armas dentro do automóvel. Antes de participarem da festa no domingo, eles teriam trabalhado em outro evento, em uma paróquia na Zona Sul, e nesta segunda-feira (3) teriam outro serviço agendado.  

O primo diz que Marcus Vinicius, conhecido como Maninho, era formado em Educação Física e deixa uma filha com cerca de um ano. Alves se mostrou surpreso com o trajeto feito pelo veículo. 

— Era para eu estar com ele. O depósito fica em outra rua. Eles entraram em uma paralela. Não teria porque eles passarem ali. Não tinha motivo. 

Além dos três mortos, um idoso, de 66 anos, que estava dentro de casa, também acabou baleado. Um familiar ouvido por GaúchaZH contou que o homem estava no banheiro quando um tiro de fuzil perfurou uma parede e o atingiu de raspão. Ele foi socorrido e permanece hospitalizado.



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