Polícia



Crime na Serra 

"Não é proibido guardar essa quantia em casa”, diz homem que teve R$ 548 mil roubados em assalto 

Após o crime, a Brigada Militar fez cerco policial e, em perseguição, matou três suspeitos. Um deles era PM

13/12/2018 - 21h32min


Marcelo Passarella
Marcelo Passarella
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Felipe Nyland / Agencia RBS

ataque a uma propriedade em Mato Perso, no interior de Flores da Cunha, na Serra, chama a atenção pela ousadia dos criminosos. Dois dos quatro ladrões que realizaram o assalto visitaram as vítimas na manhã de sexta-feira (7), se passando por policiais militares. Os homens, vestidos com o uniforme da Brigada Militar, foram até a residência em um Corsa, de cor escura, com placas de Porto Alegre, e fingiram precisar de informações. 

Com o mesmo Corsa, os assaltantes chegaram na casa na terça-feira (11). Usando uniforme da BM e com escopeta e pistolas, fingiram estar lendo um mandado de busca em frente à casa. Apenas três mulheres estavam na residência – uma moradora e duas cunhadas.

— Reconheci o veículo quando cheguei em casa. Eles sabiam o que estavam fazendo e o que queriam. O modo de falar e de se portar era exatamente como policial. Em hipótese alguma, eles se mostraram preocupados com a identidade. Eles tinham uma tranquilidade em fazer o que estavam fazendo – afirma o proprietário da residência, um empresário de 54 anos. 

Quando entraram na casa, os criminosos renderam as mulheres e as prenderam no banheiro. Depois, cortaram os fios de telefone e vasculharam a residência. Quando estavam saindo da propriedade, levando três espingardas e  R$ 548 mil em dinheiro, o proprietário chegou. Ele também foi rendido, algemado e levado como refém enquanto o grupo se dirigia para uma residência próxima.   

 — Eu não estava na hora, estava cuidando do trabalho. Quando cheguei, eles já tinham prendido minha mulher e as minhas duas cunhadas, e a casa toda estava revirada. Aí me algemaram também. Eu só tive que dizer amém. Quando iam me levar, apareceu meu irmão, que também foi algemado e preso no banheiro — relata a vítima.  

Sobre os R$ 548 mil encontrados pelos assaltantes na casa, o empresário, que trabalha no ramo de hortifrutigranjeiros, defende a legitimidade do dinheiro e diz que acumulou a quantia ao longo de 30 anos de trabalho.

— Tive condição de guardar esse dinheiro ao longo de toda a minha vida, junto com minha família. O dinheiro que vem do suor do rosto é gostoso, salutar. Não é proibido guardar essa quantia em casa. É um dinheiro absolutamente lícito  — garante.  

O empresário foi levado como refém até uma outra casa, onde a moradora também foi rendida. No local, roubaram armas.  A ação aconteceu em aproximadamente uma hora. Durante a fuga dos criminosos, o homem foi liberado. O automóvel usado no crime foi incendiado.    

Três dos quatro assaltantes envolvidos morreram em confronto com a Brigada Militar por volta das 23h30min de quarta-feira (12), na BR-116, em Nova Petrópolis, próximo à Linha Temerária. Eles estavam escondidos em um matagal desde a terça-feira, dia dos assaltos. 



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