Colegas da corporação em que o brigadiano Christian Roman Marinho, 32 anos, trabalhava ainda tentam entender a razão que levou o policial a trocar a farda de soldado pela participação em uma quadrilha. Ele foi um dos responsáveis pelo ataque a moradias na localidade em Mato Perso, na Serra, na última terça-feira.

Morto em confronto com os colegas da Brigada Militar (BM), Marinho era natural de Porto Alegre e trabalhava em Canela há pelo menos dois anos. Ele entrou na BM em 2009, após se formar no município de Alvorada, na Região Metropolitana, corporação onde ainda trabalhava o brigadiano detido na operação, por participação na quadrilha.

Marinho estava afastado da BM há um mês devido a problemas de saúde. No entanto, seguiu mantendo contato com a corporação e permanecia nos grupos de WhatsApp do batalhão. Assim, ele sabia de todos os passos do cerco policial - que durou mais de 38 horas - e ainda das estratégias e movimentações da equipe durante as buscas.

— É muito complicado ver que um colega que sempre trabalhou do teu lado, agora joga no outro time. Foi uma surpresa para todos nós — desabafa um colega de Marinho, cuja identidade é mantida em sigilo por motivos de segurança.

— Os colegas não reconheceram na hora do confronto porque viram apenas que era um assaltante armado — acrescentou.

Segundo o tenente-coronel Wagner, o cerco policial foi encerrado após o resultado da noite. Ao todo, três assaltantes - que cometeram o assalto em Mato Perso, no limite de Flores da Cunha e Farroupilha - foram mortos em confronto com a BM. A ação ocorreu por volta das 20h30min de quarta-feira (12), na BR-116, em Nova Petrópolis, próximo à Linha Temerária. Eles estavam escondidos em um matagal desde a terça-feira.

Segundo o colega, Marinho era casado e deixa um filho.