Polícia



Ataque a bancos

Reféns de Ibiraiaras dão detalhes dos 20 minutos de terror sob a mira de fuzis

GaúchaZH entrevistou nove das cerca de 20 pessoas obrigadas a formar cordão humano por quadrilha que assaltou agências do Banrisul e do Banco do Brasil na segunda-feira (3)

07/12/2018 - 21h33min

Atualizada em: 10/12/2018 - 12h53min


Carlos Rollsing
Carlos Rollsing
de Ibiraiaras
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Júlio Stella / Divulgação
Vítimas foram obrigadas a ficar seminuas e dar guarida à ação criminosa

Não foi a primeira vez, mas certamente foi a mais traumática e sangrenta. A pequena Ibiraiaras, com pouco mais de 7 mil habitantes, no norte do Estado, sofreu um sangrento ataque a banco na última segunda-feira (3). Sete homens armados com fuzis desembarcaram de dois carros no centro do município disparando rajadas de tiros para o alto, quebrando vidros e vergando barreiras de ferro a golpes de marreta.

As agências do Banco do Brasil e do Banrisul, vizinhas, foram invadidas e dezenas de pessoas tiveram de se jogar ao chão. Incontáveis disparos foram dados no interior dos estabelecimentos.

Os relatos são unânimes ao apontar que Ibiraiaras nunca tinha presenciado ação tão violenta. Gritos, humilhações e ameaças se sucederam nos mais de 20 minutos de assalto. Pelo menos 20 pessoas, entre homens e mulheres, foram obrigados a integrar um cordão humano de proteção à fuga dos bandidos. O plano dos criminosos, que transcorria com sucesso até o início da fuga, passou a ruir quando percorreram em dois veículos um trecho de apenas três quadras. Logo deram de cara com uma primeira viatura da Brigada Militar atravessada na rua. Houve troca de tiros com dois policiais. Cinco reféns estavam nos porta-malas abertos dos carros, expostos aos disparos.

Os assaltantes furaram essa primeira barreira, mas a inteligência da BM detinha informações de que um ataque criminoso poderia ocorrer na região. Uma aeronave estava mobilizada e cerca de 75 policiais foram acionados. Quando deixaram para trás os reféns, os bandidos ingressaram em um matagal no intuito de fugir. Em circunstâncias não explicadas, durante um tiroteio, o subgerente do Banco do Brasil Rodrigo Mocelin da Silva, 37 anos, que havia sido levado como refém, foi assassinado. Trabalhando em Ibiraiaras há apenas três meses, deixou a mulher e duas filhas que moram em Passo Fundo. No matagal, houve perseguição e seis assaltantes foram abatidos. Um oitavo homem, que daria suporte na fuga, foi preso em um Sandero. Os dois assaltantes que conseguiram escapar inicialmente acabaram capturados na madrugada seguinte.

No quadro abaixo, contamos as histórias de oito moradores de Ibiraiaras que viveram momentos de tensão no cordão humano, tendo as vidas colocadas em risco na mira de fuzis.



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