Polícia



Após ataque a banco

"Enquanto for preciso, ficaremos aqui", diz comandante sobre cerco a criminosos no noroeste do RS

Policiais acreditam que o mau tempo pode ajudar as forças de segurança a encontrar os responsáveis pela morte de um soldado

25/04/2019 - 22h19min

Atualizada em: 25/04/2019 - 22h20min


Marcelo Kervalt
Marcelo Kervalt
Campina das Missões
Enviar E-mail
Ronaldo Pinheiro / Especial
Policiais cercam área de aproximadamente 26 hectares entre Campina das Missões e Porto Lucena

De frente para a mata onde acredita-se estar parte do grupo que assaltou um banco e matou um policial em Porto Xavier, no noroeste do RS, foi montada a base de operação das polícias, onde as principais decisões são tomadas. Não há data estipulada para o desmonte.

— Enquanto for preciso, ficaremos aqui — garante o tenente-coronel Alexandre Brite, comandante do CRPO Fronteira Noroeste.

Para vencer a noite fria e chuvosa desta quinta-feira (25), os policiais acenderam pequenas fogueiras e prepararam um jantar reforçado. O plano é decolar dois helicópteros para sobrevoar a área de 26 hectares de mato entre Campinas das Missões e Porto Lucena.

Simultaneamente, policiais especializados vão entrar na mata novamente, à caça do grupo. Além disso, há um cerco montado que permanecerá ativo a noite toda.

A partir desta sexta-feira (26), os policiais passam a contar com mais um aliado: o tempo.

— Permanecer na mata não é fácil, ainda mais ferido, como acreditamos que um deles esteja. Chuva, frio, tudo conta. O cansaço vai bater forte neles nesta sexta.

O maior indicativo de que o grupo ainda está no perímetro cercado é o fuzil encontrado pela policia após troca de tiros. A arma estava justamente na área vigiada.

Devido à chuva que caiu nesta quinta-feira (25), as viaturas da Brigada Militar, da Policia Civil e até ambulâncias do Corpo de Bombeiros trafegam com dificuldade pelas vias embarradas e escorregadias nos arredores da base. Um trator ajuda a trazê-las de volta para a estrada quando caem nas valetas. 

A 20 quilômetros dali, na sede da pequena cidade de Campina das Missões, o clima é de apreensão. Qualquer movimento estranho é relatado à Polícia Militar pelos moradores. Possíveis esconderijos também chegam a todo momento ao conhecimento dos brigadianos.

Entenda o caso

Quase 12 horas depois do cerco à quadrilha que atacou uma agência do Banco do Brasil, na quarta-feira, em Porto Xavier, um soldado da Brigada Militar foi morto pelos assaltantes, na madrugada de ontem, em um matagal no interior de Campina das Missões, na Região Noroeste. 

Fabiano Heck Lunkes, 34 anos, foi atingido por um tiro de fuzil que perfurou o colete à prova de balas e atingiu seu tórax. Segundo o 4º Batalhão de Polícia de Área de Fronteira da BM (4º BPAF), agentes de vários municípios foram mobilizados para realizar buscas aos criminosos. 

Lunkes tinha saído de Cerro Largo. Em Campina das Missões, os PMs interceptaram o veículo em que estavam os ladrões, um Sandero. Havia sangue no carro, levando os policiais a acreditarem que um dos quadrilheiros tenha sido ferido. Os assaltantes conseguiram fugir para um matagal, onde permaneceram durante toda a noite e parte da madrugada. 

Na mobilização, foi localizado um saco carregado com grande quantidade de dinheiro. Também foram apreendidos uma pistola calibre 9 mm e um fuzil, compatível com o que os criminosos estariam usando.

Últimas Notícias