Polícia



Noroeste do RS

Envolvido em assalto a banco negociou a prisão com delegado e exigiu que a Brigada não estivesse presente

Aleixo Gustavo Zelinski, 24 anos, só aceitou ser detido fora do perímetro cercado pelos policiais militares

30/04/2019 - 21h29min

Atualizada em: 30/04/2019 - 21h31min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Brigada Militar / Divulgação
Caçada aos ladrões de banco no Noroeste já dura sete dias

O quarto suspeito preso pela Polícia Civil pelo roubo ao Banco do Brasil de Porto Xavier, no Noroeste, aceitou se entregar na noite de segunda-feira (29), mas exigiu que tudo fosse feito como ele queria. Aleixo Gustavo Zelinski, 24 anos, condicionou que só seria detido se o próprio delegado à frente da investigação, Heleno dos Santos, comparecesse em um local escolhido pelo criminoso.

A negociação foi feita pela advogada do Zelinski, Jacqueline Dutra, com o delegado. O temor do homem preso seria pela sua vida, já que no último domingo (28), um dos suspeitos foi morto em um confronto com a Brigada Militar ao tentar furar o cerco na área rural de Campina das Missões. Por isso, o pedido do envolvido no assalto era de que tudo ocorresse fora do cerco conduzido pela BM.

Segundo o delegado, assim que Zelinski apareceu no local previamente combinado, foi rendido e se entregou sem esboçar reação.

— Ele era conhecido da polícia e figurava como suspeito desde o começo. Ele queria garantir a sua integridade física, já que ficou assustado com morte do outro envolvido no crime — detalha Santos.

Logo após ser rendido, o homem foi levado até a Delegacia de Polícia de Porto Xavier. Segundo Santos, Zelinski colaborou com "informações impactantes" para a investigação. O delegado ainda garante que a investigação está adiantada e que os agentes já têm indicativos dos nomes de todos os envolvidos no crime.

O nome do preso não é divulgado pela polícia, sob a alegação de que poderia prejudicar a investigação, mas GaúchaZH confirmou que se trata de Aleixo Gustavo Zelinski. A advogada foi procurada pela reportagem, confirmou o acerto com a polícia, mas preferiu não se manifestar sobre a estratégia que usará na defesa.

Outros presos

Neste fim de semana, outros três suspeitos foram presos,  entre eles um policial militar aposentado, identificado como Delci Engers, 59 anos. O sítio do sargento da reserva, segundo a Polícia Civil, teria sido usado para planejar o crime e também como esconderijo do bando antes de o assalto ser cometido. O PM também teria sido responsável por fazer o levantamento nas proximidades do banco antes do crime.

Os outros dois presos são Flávio Rogério Oliveira, 53, de Gravataí, na Região Metropolitana, e Ivo Zimmer, 57, de Porto Xavier.

Além disso, em um tiroteio no domingo (28), Izaquiel Gonçalves Souza, 52 anos, morreu. Ele teria tentado furar o cerco policial em Linha 1º de Março, no limite entre Porto Lucena e Campina das Missões. Com ele, um fuzil foi apreendido.

Ainda durante o cerco, na madrugada de quinta-feira (24), o soldado da BM Fabiano Heck Lunkes foi atingido por um tiro de fuzil e morreu.

Cerco da Brigada Militar segue

A área de plantações de milho e mato fechado na área rural de Campina das Missões, quase na fronteira com a Argentina, está cercada desde o dia do assalto, a última quarta-feira (24). Nesta terça-feira (30), ainda há 150 policiais, com viaturas e um helicóptero, fazendo as buscas no trecho. A suspeita dos brigadianos é de que haja de um a três assaltantes refugiados no local.

Na segunda-feira, o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, declarou que o trabalho da polícia no local vai seguir "até que todos sejam presos".

Arquivo pessoal / Divulgação
Van foi usada por ladrões durante ataque à agência do Banco do Brasil em Porto Xavier



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