Polícia



Zona sul da Capital

Mulher e enteado são encontrados mortos dentro de casa no bairro Espírito Santo

Caso é tratado pela polícia como feminicídio seguido de suicídio

21/04/2019 - 22h02min

Atualizada em: 21/05/2019 - 19h01min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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Fernando Gomes / Agência RBS
Vizinhos relataram ter ouvido gritos no final da tarde de sábado

Uma mulher de 55 anos e o enteado dela, de 19, foram encontrados mortos a facadas no final da noite de sábado (20) na Rua Professor Antonio José Remião, bairro Espírito Santo,  na zona sul de Porto Alegre. Ela foi identificada como Ana Elisa Ferreira de Souza, 55 anos. 

Conforme o chefe da Divisão de Investigações de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Eibert Moreira, o marido dela estava viajando e, quando retornou, encontrou uma janela da casa aberta e avistou a companheira sem vida na sala.

Reprodução / Reprodução
Ana Elisa Ferreira de Souza

O enteado dela, João Pedro Ribeiro Machado, 19 anos, foi encontrado morto no banheiro do andar superior da residência, também a facadas. O cômodo estava trancado e, para ter acesso, foi preciso arrombar a porta.  Ao lado de cada corpo foi encontrada uma faca ensanguentada.

Segundo a polícia, o jovem tinha esquizofrenia. Em depoimento, o marido relatou que o filho e a companheira "não se davam muito bem", conforme a delegada plantonista Roberta Bertoldo. Ao buscar informações, os investigadores encontraram duas ocorrências de brigas do rapaz com o pai, uma de 2016 e outra de 2017.

Para Moreira, a suspeita é de que o jovem tenha cometido feminicídio e, em seguida, suicídio. 

— A morte ocorreu no contexto de violência doméstica e familiar, por isso sugerirmos inicialmente a hipótese de feminicídio — observa o delegado. 

A delegada observa que a hipótese de feminicídio se deve aos desentendimentos do enteado com a madrasta e por se tratar de uma relação no "âmbito doméstico", ainda segundo a policial.  Agora o caso será encaminhado para a Delegacia da Mulher.

— A cena fotograficamente ficou clara se tratar de um feminicídio seguido de suicídio — observa Roberta, que descarta a participação de um terceiro envolvido. 

Na vizinhança da residência, poucos moradores quiseram falar sobre o crime. Um deles relatou a GaúchaZH que ouviu gritos por volta das 17h de sábado. Outro morador diz que ouviu o barulho e que, mais tarde, chegaram ao local uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a polícia.

Ainda segundo a delegada, o homem, que é marido da vítima e pai do jovem, entrou em contato com o serviço de emergência às 22h28min. 

(Ele informou) que a esposa estava em casa, que não atendia o telefone, que o carro estava na garagem e tinha receio de entrar por medo de que o filho pudesse ter feito alguma coisa contra ela em decorrência de ameaças reiteradas que vinha tendo — detalha a delegada.


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