Polícia



Vale do Caí

Perícia não consegue identificar origem dos disparos que mataram policial em Pareci Novo

Polícia Civil indiciou dois suspeitos que trocaram tiros com agentes pelo homicídio do inspetor Leandro de Oliveira Lopes

19/04/2019 - 21h17min

Atualizada em: 19/04/2019 - 21h18min


Cid Martins
Enviar E-mail
Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Lopes morreu no dia 2 de maio, durante cumprimento de mandado de prisão em Pareci Novo

Oito meses depois da reconstituição da morte do inspetor Leandro de Oliveira Lopes, 30 anos, assassinado durante uma operação policial em um sítio de Pareci Novo, no Vale do Caí, em maio do ano passado, a perícia sobre os disparos foi considerada inconclusiva. 

Com esta decisão, a Polícia Civil concluiu o caso neste mês e remeteu à Justiça, indiciando os dois suspeitos que eram procurados pelos agentes durante a operação deflagrada no município. Os dois homens identificados foram indiciados por vários tipos de crimes, entre eles, homicídio qualificado e posse ilegal de arma de fogo. Um deles está preso e o outro, foragido.

Os indiciamentos, segundo a polícia, foram baseados no princípio do nexo causal — relação de causa e efeito entre a conduta dos suspeitos e o resultado do fato. Assim se conclui, tecnicamente, quem foi o causador do dano — no caso, a morte do policial.

Segundo o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), delegado Joerberth Nunes, a balística não confirmou se os disparos partiram dos fuzis apreendidos dos policiais que participaram da ação ou das armas localizadas na residência. 

A reconstituição, realizada em três etapas entre 31 de julho e 8 de agosto do ano passado, também foi inconclusiva. O resultado pericial, entretanto, confirmou que o tiro fatal partiu de um fuzil calibre 556. Nunes lembra que a arma utilizada por um dos envolvidos na troca de tiros nunca foi encontrada, uma vez que ele ainda continua foragido. 

Foi investigada a possibilidade de Lopes ter sido atingido acidentalmente por um colega. No entanto, esta hipótese foi descartada porque não houve prova técnica, já que nada constou no trabalho realizado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).

A assessoria de imprensa do IGP confirma que os laudos são inconclusivos e que o tiro saiu de um fuzil, mas destacou que a divulgação do trabalho é de responsabilidade da polícia por ter solicitado o trabalho.

Indiciados 

O delegado Marcelo Farias, diretor regional de Montenegro e responsável pelo inquérito, indiciou os dois homens que estavam sendo procurados pelos policiais na ocasião da operação policial em Pareci Novo. O suspeito que era alvo da operação e que segue foragido — inclusive estaria, na época, com a provável arma usada no crime, de acordo com a polícia — é Valmir Ramos, conhecido como Bilinha.

No âmbito do inquérito sobre Pareci Novo, Bilinha foi indiciado por homicídio qualificado, por tentativa de homicídio qualificado, roubo, posse ilegal de arma de fogo de uso permitido, posse ilegal de munição de uso restrito, posse de entorpecentes e por coação no curso do processo. Além disso, ele havia sido preso em 2016 com 445 quilos de maconha. Na ocasião, Bilinha escapou de uma delegacia em São Leopoldo.

O outro indiciado, preso no Litoral em maio do ano passado, é Paulo Ademir de Moura, conhecido como Zoreia. Ele foi indiciado pelos mesmos crimes que Bilinha, exceto coação.

Lopes dava apoio à operação em Pareci Novo, no dia 2 de maio de 2018, com 22 agentes e estava lotado na Delegacia de Homicídios de Canoas. Ele foi atingido por disparos que perfuraram órgãos vitais e morreu no hospital de São Sebastião do Caí. O inspetor da Polícia Civil foi brigadiano por cinco anos e deixou uma filha de sete meses de idade.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias