A Polícia Civil cumpriu na manhã desta terça-feira (30) três mandados de busca e apreensão e conduziu para depoimento um servidor terceirizado da prefeitura de Cachoeirinha. Ele é investigado pelo sumiço de 114 celulares de dentro do almoxarifado do Executivo municipal, em fevereiro deste ano. Outros seis suspeitos foram presos por terem adquirido os aparelhos. Uma das pessoas presas é namorada do funcionário, que atua justamente no setor onde estavam os telefones novos — dos quais sete já foram recuperados.

No dia 28 de fevereiro deste ano, a responsável pelo almoxarifado notou que faltavam 114 telefones, ainda dentro das caixas, de 335 comprados no final de 2018. Uma ocorrência policial foi registrada e o delegado Leonel Baldasso, da 1ª Delegacia da cidade, instaurou inquérito para investigar o caso. 

— Nos chamou a atenção que não havia sinais de arrombamento, e tudo indicava que os aparelhos tivessem sido levados por alguém que tinha acesso ao local — diz Baldasso. 

A partir disso, a polícia solicitou às operadoras que comunicassem quando as linhas fossem habilitadas. Os primeiros contatos foram feitos e Baldasso solicitou à Justiça três mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos no município nesta terça-feira.
Os agentes, durante a ação deflagrada, encontraram sete celulares furtados. Eles prenderam em flagrante seis receptadores, três homens e três mulheres, e para a surpresa dos policiais, uma das detidas é namorada do servidor público. Ela destacou que teria recebido o telefone dele como presente. Com esta informação, o funcionário terceirizado — que saiu do almoxarifado para atuar na Secretaria de Obras — foi abordado pelos policiais e conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Em princípio e de forma informal, Baldasso ressalta que ele confirmou ter sido o responsável por pegar os aparelhos lacrados e dentro de caixas, cinco em cada pacote. Como não houve flagrante, por enquanto ele não será preso.

O delegado Baldasso informa que o funcionário vai responder por peculato, que é apropriação indébita por parte de servidor público, com pena prevista de 2 a 12 anos de prisão, além de multa. Os demais presos irão responder por receptação, com pena prevista de 1 a 4 anos de reclusão e também com pagamento de multa. Após os depoimentos dos sete presos, será decidido sobre a homologação dos flagrantes e da prisão do terceirizado. A polícia ainda destaca que aos poucos seguirá procurando mais receptadores e aparelhos furtados, conforme o repasse das habilitações de linhas por parte das operadoras de telefonia. Também vai apurar se há o envolvimento de mais servidores públicos. 

Em princípio, a prefeitura de Cachoeirinha, via assessoria de imprensa, informou que espera pela recuperação de todos os celulares e pela punição dos envolvidos. Sobre a participação de funcionários, aguarda informações oficiais da polícia. No entanto, se for comprovado algo sobre servidor de carreira, será instaurado procedimento administrativo. Por outro lado, se for confirmado o envolvimento de algum cargo de confiança ou terceirizado, que é até agora o que a investigação está apurando, o suspeito será desligado imediatamente do quadro funcional.