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Região Metropolitana

 "Fiquei apavorada", diz vizinha ao saber de morte de adolescente em Alvorada

Polícia tenta identificar atirador, que teria agido sozinho

30/06/2019 - 21h48min


Hygino Vasconcellos
Hygino Vasconcellos
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Hygino Vasconcellos / Agência RBS
Adolescente foi morta em banco em Alvorada

Em um banco de madeira, uma adolescente conversava com a tia, uma amiga e uma vizinha em uma rua esburacada do bairro Formoza, em Alvorada, na Região Metropolitana. Era noite de sábado (29) e o grupo conversava despreocupado, volta e meia mexendo nos celulares. Próximo das 20h, um homem se aproximou com uma touca cobrindo o rosto. Marjana Bittencourt, 14 anos, achou que ia ser assaltada e logo estendeu o celular. Mas o criminoso não queria o aparelho. Ergueu uma arma e disparou contra ela. 

Vizinhos escutaram ao menos cinco disparos. Conforme o delegado Edimar Machado de Souza, três tiros atingiram a vítima — dois na cabeça e outro em um dos braços. Quem estava dentro de casa, correu para a rua. Moradores tentaram socorrer a adolescente, mas não havia mais nada a fazer pois ela estava sem vida. Ao ver a filha caída no chão, a mãe entrou em desespero e foi consolada por quem estava próximo.

Outras pessoas tentaram conter o criminoso. Parentes sabiam que ele tinha ido em direção ao cemitério. A atendente de 28 anos estava fechando o comércio, ao lado da filha de cinco anos, quando viu o homem passando armado.

— Fiquei apavorada. Não sabia o que tinha acontecido.

Na fuga, o homem perdeu a touca e passou por ela de cabeça baixa, com um moletom canguru, cobrindo apenas parte do rosto. A polícia vai agora analisar imagens de câmeras para tentar identificar o homem.

Na vizinhança a adolescente era conhecida desde bebê e, quando cresceu, sempre era vista brincando na rua. Segundo os moradores, a menina era bastante focada nos estudos. A mãe dela é conhecida na região por vender salgados e doces para festas. Para vizinhos, ela disse que já estava preparando a festa de 15 anos da filha, que só iria ser comemorado em maio do ano que vem.

— Todo mundo fica assustado. A gente se coloca no lugar da família, porque poderia ser a minha filha no lugar dela — comenta um vizinho.

Conforme o delegado, a região é conhecida pelo comércio de drogas, entretanto, não é possível afirmar que o crime tenha ligação com o tráfico. Devido às circunstâncias do crime, a morte tem características de execução, ainda segundo a polícia. 


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