Polícia



Baleado por "sniper"

Homem armado que fazia reféns dentro de ônibus na Ponte Rio-Niterói é morto

Sequestro durou quase quatro horas na manhã desta terça-feira

20/08/2019 - 21h20min


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com Folhapress
RICARDO CASSIANO / AGENCIA O DIA / AFP
Sequestrador foi abatido por volta das 9h

O sequestrador que fazia reféns em um ônibus na Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (20), foi morto pela Polícia Militar. Segundo o porta-voz da corporação, coronel Mauro Fliess, o criminoso foi atingido por atiradores de elite por volta das 9h.

"O tomador de refém foi neutralizado por um atirador de precisão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e todos os reféns foram libertados ilesos", postou a corporação no Twitter.  

O homem, identificado como Willian Augusto Nascimento, 20 anos, foi atingido no momento em que saiu do veículo. Ao ser baleado, caiu e foi imobilizado. Levado por uma ambulância a um hospital, sofreu parada cardiorrespiratória e morreu. Segundo o governador Wilson Witzel (PSC), a ordem de atirar contra o sequestrador partiu "da técnica da Polícia Militar." ​

De acordo com a polícia, a arma usada pelo criminoso era um simulacro, ou seja, uma falsificação. Contudo, ele também portava uma faca, um teaser (arma que dá choques elétricos) e mais um galão de gasolina — ele ameaçou atear fogo no veículo. O sequestrador também chegou a lançar um coquetel molotov contra os policiais.

O criminoso tinha passagens na polícia por estupro, porte ilegal de arma de fogo, tentativa de furto e violência doméstica.

Sequestro fechou ponte

O sequestro começou pouco depois das 5h30min, quando o homem mandou o motorista encostar o veículo e parar na ponte. Ele ordenou que o ônibus — da empresa Galo Branco — fosse atravessado na subida do vão central da via. O tráfego nos dois sentidos foi interditado devido à ocorrência.

Com a ponte fechada para o trânsito e cercada pela polícia, pouco depois das 6h, começou a negociação encabeçada por policiais rodoviários e do Batalhão de Choque. Ao longo das três horas seguintes, o suspeito libertou seis reféns: quatro mulheres e dois homens. Ao ser resgatada, uma das vítimas desmaiou no asfalto.

Por volta de 9h, o atirador de elite da PM, que estava em cima de um caminhão, disparou e fez um sinal de positivo. O homem caiu. Os policiais, então, comemoraram e rezaram Pai-Nosso.

Apesar do choque emocional, todos os passageiros libertados passam bem, afirma a polícia. Segundo a Polícia Militar do Rio, ao todo, 39 pessoas foram feitas reféns.

Até a publicação desta reportagem, a polícia dizia não saber as motivações que levaram o suspeito a sequestrar o ônibus. O porta-voz da PM,  Mauro Fliess, disse que há indícios de que a ação foi premeditada.

— Ele porta instrumento para fazer coquetel molotov e imobilizar as vítimas. Estamos trabalhando para termos um final satisfatório — afirmou.

Repercussão 

O presidente Jair Bolsonaro se manifestou por meio do Twitter. Ele parabenizou os policiais  "pela ação bem sucedida" e afirmou que "hoje não chora a família de um inocente".

Além disso, o presidente da República lembrou, em conversa com jornalistas diante do Palácio da Alvorada, o caso do ônibus 174, quando um assaltante e uma refém acabaram baleados e mortos.

— No ônibus 174, não usaram sniper. E o que aconteceu? A passageira morreu — disse. — Não tem que ter pena (do sequestrador) — completou Bolsonaro.

Mais cedo, Witzel, afirmou que pediu a promoção dos policiais militares que participaram da ação. Segundo ele, se o sequestrador não tivesse sido morto, "muitas vidas não teriam sido poupadas".

— O crime organizado mata pessoas inocentes e querem colocar a culpa na polícia. A PM tem preparação, vai continuar agindo com rigor. Deixei a polícia agir e em momento algum impedi que a polícia agisse — apontou Witzel, que compareceu ao local do sequestro. — Muitas vezes, uma parcela da sociedade e partidos de oposição estão mentirosamente dizendo que polícia está matando favelados. Polícia identifica e mata quem está prejudicando a população — continuou.

Fabiano Rocha / O Globo
Arma usada pelo criminoso era um simulacro, ou seja, uma falsificação

Passo a passo do sequestro

5h26min
Willian Augusto Nascimento sequestra ônibus na ponte Rio-Niterói com 37 pessoas e obriga motorista a deixar o veículo atravessado sobre a pista

5h40min
Polícia Rodoviária Federal é acionada

6h11min
Sequestrador obriga uma das vítimas a entregar um celular para manter comunicação com os policiais durante a negociação

6h20min
Primeiro refém é libertado

6h38min
Segundo refém é liberado pelo sequestrador

7h
Terceiro refém deixa o ônibus

7h15min
Os dois sentidos da ponte são interditados. Antes, a pista no sentido Niterói estava liberada

7h21min
Quarto refém é libertado

7h58min
Quinto refém deixa o ônibus

8h14min
Sexta passageira é libertada, sai do ônibus, passa mal e desmaia

9h02min
Tiros são disparados na ponte Rio-Niterói por snipers da PM

9h04min
PM confirma que sequestrador é atingido por disparos

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