Polícia



Estelionato

Suspeito de se passar por falso agente para aplicar golpes é indiciado pela Polícia Federal

Daniel Lopes da Silveira, 38 anos, agia nos Estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul

29/08/2019 - 18h30min


Leticia Mendes
Félix Zucco / Agencia RBS
Suspeito foi indiciado pelos crimes de estelionato, ameaça e falsificação de selo público

A Polícia Federal (PF) finalizou a o inquérito que investigava um gaúcho por se passar por falso agente federal. Daniel Lopes da Silveira, de 38 anos, foi indiciado pelos crimes de estelionato, ameaça e falsificação de selo público. Segundo a apuração, o homem, natural de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, teria se passado por policial federal para aplicar golpes em vítimas de Estados como Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina

Cinco mulheres e cinco homens que alegam ter sido vítimas do suspeito foram ouvidos no inquérito. Por um ano e meio, uma assistente social e moradora da Grande Porto Alegre acreditou que convivia com um policial federal. A maior parte desse tempo, moraram juntos. Os dois chegaram a ter uma filha, hoje com quatro meses.

Por certo período, diariamente levava o companheiro até o Aeroporto Internacional Salgado Filho. Com a camiseta da PF, colete tático e arma (todos itens falsificados), ele desembarcava no início da manhã e só retornava no fim da tarde. Dan, como era chamado, contava detalhes da profissão. Ela foi uma das mulheres ouvidas ao longo da investigação. 

— Acredito que fiz a minha parte — afirmou a assistente social, ao saber do indiciamento.

A PF confirmou a finalização do inquérito, mas não divulgou maiores detalhes sobre a apuração. Silveira foi preso em 24 de julho em um shopping de São Paulo. Em depoimento, segundo a PF, ele confirmou que enganou mulheres. Um notebook e um celular apreendidos na data da prisão ainda estão sendo analisados. O suspeito continua detido de forma preventiva no Presídio Central, em Porto Alegre. 

Contraponto

Segundo a advogada Josiane Schambeck, responsável pela defesa de Silveira, "a investigação não trouxe elementos que pudessem afirmar que houve dano à administração pública federal". Ela afirma ainda que, por conta disso, "a PF sugeriu a declinação da competência à justiça estadual".

A advogada relatou também que aguarda o julgamento de habeas corpus. Com a declinação da competência, segundo Josiane, será mantida a mesma linha de defesa. A advogada pretende ingressar com novo pedido de liberdade. A PF informou que não se manifesta sobre detalhes da investigação, pelo fato do caso estar em sigilo. 





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