Polícia



Estelionato

Dono de revenda de veículos em Porto Alegre é indiciado em 20 inquéritos e segue foragido

Com prisão preventiva decretada, Paulo Ricardo Barbiane Assunpção, 54 anos, continua sendo investigado pela Polícia Civil em mais seis casos

05/09/2019 - 21h46min

Atualizada em: 05/09/2019 - 21h49min


Leticia Mendes
Tadeu Vilani / Agencia RBS
Vítima, que afirma ter perdido R$ 26 mil, mostra recibo que recebeu da Truck Sul

A Polícia Civil indiciou o dono de uma revenda de Porto Alegre em 20 inquéritos nos quais é suspeito de estelionato.  Paulo Ricardo Barbiane Assunpção, 54 anos, ainda é investigado em outros casos, nos quais proprietários de veículos alegam que foram enganados. No total, até o momento, são 26 inquéritos para apurar o suposto golpe na negociação de automóveis. A loja Truck Sul, na Avenida Juca Batista, no bairro Hípica, na Zona Sul, foi fechada há dois meses.

O indiciado teve prisão preventiva decretada pela Justiça, a pedido da Polícia Civil. Os agentes fizeram buscas em endereços do suspeito. Mas Assunpção não foi encontrado e continua foragido. Uma das hipóteses, segundo a delegada Áurea Regina Hoeppel, da 6ª Delegacia de Polícia, é que ele esteja em algum município do Interior.

— Continuamos as buscas. Mas estamos fazendo a nossa parte, reunindo provas em 26 inquéritos. Já encaminhados 20 à Justiça. Ele será indiciado em todos por estelionato. Para nós está comprovado que ele enganou essas pessoas e tirou vantagem financeira delas — afirma a delegada.  

A polícia também indiciou em parte dos inquéritos um homem e uma mulher, que teriam participação no esquema. Os nomes deles não foram divulgados. Ainda conforme a delegada, as vítimas eram convencidas a assinar a documentação, que permitia ao empresário vender o veículo para uma terceira pessoa. De posse desse documento, Assunpção teria vendido os automóveis, sem repassar o pagamento para os donos. Os carros têm valores que vão de R$ 20 mil até cerca de R$ 100 mil.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Depois da primeira ocorrência, registrada em junho na Polícia Civil, o proprietário da revenda chegou a ser ouvido. Na época, o caso não era tratado como estelionato. Conforme a delegada, no depoimento ele alegou que estava passando por dificuldades financeiras e se comprometeu a resolver a situação com o dono. Em junho e julho, o número de registros foi aumentando. Segundo a delegada, Assunpção não foi mais localizado para prestar esclarecimentos:

— Não havia, até então, outras ocorrências que pudessem desencadear investigação ou indiciamento por estelionato.

No fim de junho, quando era pressionado pelos proprietários dos veículos a fazer os pagamentos, Assunpção fechou a revenda e não foi mais encontrado. O pátio onde funcionava a loja foi esvaziado. GaúchaZH tentou contato com dois telefones (fixo e móvel) cadastrados em nome da empresa, mas estão desligados.

— Estamos tentando localizar alguns veículos ainda. As pessoas compraram na boa-fé, sem saber que era fruto de um golpe. Agora a propriedade desses automóveis precisará ser discutida na Justiça — afirmou a delegada.

O golpe

- O proprietário deixava o veículo na revenda. Logo após, algumas vezes até no mesmo dia, era informado de que o automóvel foi vendido.

- O dono era convencido a assinar o documento que autorizava a transferência de propriedade do veículo, mesmo antes de receber o valor pela venda. Com isso, o suposto golpista podia vender o carro para outra pessoa.

- Sem receber o pagamento pela venda, a vítima retornava até a revenda. Neste momento, descobria que a empresa não existia mais e se dava conta do golpe.

Cuidados para não cair

- Se deixar o carro em loja, pesquise antes o histórico da empresa, em sites de reclamações e defesa do consumidor.

- Exija assinatura de contrato para a venda consignada.

- Só entregue ou transfira o bem negociado depois da confirmação do pagamento.

- Não faça depósitos, transferências ou pagamentos para desconhecidos.

- Se for vítima de golpe ou de tentativa, procure a polícia e registre ocorrência.


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