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Como funcionava o esquema de telentrega de drogas que agia no centro de Porto Alegre

Polícia Civil realizou operação na manhã desta terça-feira e prendeu seis pessoas

16/10/2019 - 07h51min


Cid Martins
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
Polícia Civil realizou operação nesta terça-feira em Porto Alegre

A Polícia Civil realizou, nesta terça-feira (15), mais uma ofensiva contra o tráfico de drogas no centro de Porto Alegre. Depois de combater uma facção que extorquia comerciantes da região, em setembro, agentes da 17ª Delegacia desarticularam um esquema de telentrega de entorpecentes que funcionava 24 horas por dia no bairro.  

Seis pessoas foram presas na operação desta terça. A investigação revela que o grupo utilizava 15 motoboys, vendia somente por indicação e por meio de grupos de WhatsApp.

O delegado Juliano Ferreira, responsável pelo caso, diz que o esquema foi descoberto após uma disputa entre grupos rivais que ocasionou o assassinato de um homem que era um dos responsáveis pela venda da droga. Em áudio divulgado pela polícia, os criminosos falam sobre essa desavença, bem como sobre entregas feitas e valores cobrados.

Conforme a apuração, para fazer parte da agenda dos traficantes e ter o telefone inserido nos grupos, o consumidor precisava ser indicado por outro. Ferreira diz que esta seria uma forma de evitar a ação de outras quadrilhas e até mesmo da polícia.  

reprodução
"Promoções" eram feitas em grupos de WhatsApp

O delegado apurou ainda que esta seria a maior telentrega realizada na cidade, tanto é que ocorriam mais de 30 negociações por dia. Até mesmo "promoções" eram feitas, com anúncios internos nos grupos de WhatsApp indicando quantidades e valores.

Além disso, a polícia descobriu que não eram feitas negociações por menos de R$ 50 para os consumidores que haviam ingressado recentemente no esquema de telentrega. Ferreira diz que somente o frete feito pelos motoboys custava R$ 15.

A polícia ainda confirmou que o pagamento ocorria nas calçadas em frente aos prédios indicados pelos compradores. Ferreira diz que os motoboys não entravam nos apartamentos ou lojas dos consumidores. Era vendida basicamente cocaína e maconha.

— Nosso trabalho é coibir sempre esta prática ilícita e tentar evitar que a telentrega volte a ocorrer. Além do problema da dependência química, esse fatos são um risco porque os traficantes são perigosos. Eles monitoram tudo e ficam com informações dos usuários — diz Ferreira.


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