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Detido na Capital

Golpe dos nudes: decretada prisão de suspeito de usar nome de delegado para extorquir vítimas

Identidade do diretor de Investigações do Departamento de Homicídios, Eibert Moreira, foi usada pelo menos nove vezes por golpistas

03/12/2019 - 09h40min


Cid Martins
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Polícia Civil / Divulgação
Suspeito foi preso pela Polícia Civil na última sexta-feira (29) após ação no Morro Santa Tereza em Porto Alegre

A Justiça decretou a prisão preventiva de um homem preso em flagrante no Morro Santa Tereza, em Porto Alegre, na última sexta-feira (29), que estaria aplicando o “golpe dos nudes” em uma vítima de Fortaleza (Ceará). Segundo a investigação, ele usou o nome do delegado Eibert Moreira, diretor de Investigações do Departamento de Homicídios, para a extorsão.

Conforme a diretora do departamento, Vanessa Pitrez, o delegado recebeu uma ligação telefônica de um policial cearense, na sexta-feira, sobre mais uma extorsão após o “golpe dos nudes”. Moreira entrou em contato com a vítima, ainda durante a negociação, e conseguiu montar uma ação para o suposto pagamento.

Em local combinado com o golpista, um agente da Polícia Civil se passou pela vítima e, no momento em que entregaria o dinheiro, o homem foi preso em flagrante. Segundo Vanessa, ele alegou que apenas iria receber o valor para um familiar.

Polícia Civil / Divulgação
Extorsão feita via WhatsApp com nome de delegado

A investigação continua, e a polícia não descarta o envolvimento de mais pessoas no esquema — por isso, o nome do preso ainda não foi divulgado. O celular dele foi apreendido e encaminhado para perícia.

Além de Eibert Moreira, pelo menos outros dois delegados gaúchos tiveram os nomes usados neste ano por golpistas para extorquir vítimas.

Investigação

O nome de Eibert Moreira, que teve os documentos extraviados, foi usado pelo menos nove vezes por golpistas. Foram registrados três casos no Rio Grande do Sul, dois em São Paulo, um no Mato Grosso, um no Mato Grosso do Sul, um em Goiás e outro no Ceará.

Polícia Civil / Divulgação
Extorsão feita pelo WhatsApp

De acordo com a delegada Vanessa, os golpistas criam perfis falsos de mulheres nas redes sociais e, depois de repassarem informações iniciais às vítimas, começam a trocar fotos íntimas. Em um determinado momento, os golpistas exigem valores em dinheiro para que não denunciem o fato para familiares dessas pessoas.

Como as vítimas não fazem o pagamento inicial, acabam recebendo ligações dos criminosos que se passam por policiais informando que receberam denúncia de que mantinham contato com adolescentes. Alguns avisam a polícia, mas muitos repassam dinheiro para os criminosos — a delegada diz que, em um dos casos, houve pagamento de R$ 2 mil.



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