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Dez dicas sobre como agir em casos de desaparecimentos de crianças e adolescentes

  Orientações da Polícia Civil ajudam pais e responsáveis e podem facilitar eventuais investigações

27/10/2020 - 09h00min


Leticia Mendes
Marcelo Casagrande / Agencia RBS

Nesta segunda-feira (26), a ministra da Mulher, da Família e dos Dieitos Humanos, Damares Alves, conheceu em Porto Alegre um projeto que pretende usar reconhecimento facial e videomonitoramento para auxiliar na localização de crianças e adolescentes desaparecidos. GZH elencou 10 dicas apontadas pela Polícia Civil como essenciais para ajudar pais e responsáveis caso passem por essa situação.  

À frente da delegacia que investiga desaparecimentos de crianças e adolescentes na Capital, a delegada Sabrina Dóris Teixeira afirma que a maioria dos casos que chegam ao conhecimento da polícia são solucionados com brevidade.  

— No momento, não tenho aqui nenhuma família de criança, por exemplo, que esteja desaparecida. Adolescentes sim, temos casos sob investigação —  diz a titular da Delegacia de Polícia para a Criança e o Adolescente Vítima de Delitos de Porto Alegre. 

Na ótica da policial, os adolescentes representam a maior parte dos casos, já que os motivos para sumiço podem envolver tanto conflitos familiares quanto até mesmo um crime mais grave, como homicídio. Nessa faixa etária não é incomum adolescentes sumirem porque os pais não aceitam um relacionamento. Há também os casos relacionados a fugas de abrigos.  

Os episódios de sumiços de crianças, em geral, segundo a delegada, costumam durar menos tempo. Alguns envolvem motivos inusitados. Recentemente, a delegacia iniciou a investigação sobre o sumiço de uma menina. A equipe descobriu que a criança havia se escondido porque queria comer leite condensado sem dividir com a irmã. Mas, no esconderijo, acabou dormindo.  

— São raros os casos envolvendo crianças que resultam em crimes graves, mas acontecem, como o da menina Eduarda (Eduarda Herrera, que foi encontrada morta há três anos). A maioria é momentâneo, algum desencontro com o familiar ou a criança resolve sair caminhando. O que sempre fazemos é chamar a família e analisar caso a caso. Entender o que pode ter motivado o sumiço. Quando é criança, a busca é imediata — diz a delegada.  

Embora a maioria dos casos não resulte em crimes mais graves, entre as principais orientações estão procurar a polícia imediatamente após o desaparecimento e manter os documentos da criança atualizados.  

— A carteira de identidade é muito importante. No momento que ela tem a identidade, ela existe para o sistema. Só a certidão de nascimento dificulta muito num caso de investigação. Às vezes, os pais fazem o documento quando é bebê e depois nunca mais. É importante manter atualizado. E também, em caso de desaparecimento, esquecer esse mito de que é preciso aguardar 24 horas para registrar. Isso não existe — alerta.  

Confira as 10 orientações

  • Procure a delegacia mais próxima e registre o caso imediatamente
  • Leve fotos atualizadas do desaparecido na hora de registrar a ocorrência
  • Esteja atento ao número do telefone que é indicado como contato da família. Quando estão nervosas, as pessoas podem informar um número antigo ou errado. Isso dificulta a investigação
  • Avise amigos e familiares sobre o sumiço
  • Percorra locais de preferência da criança 
  • Saiba informar quem são os amigos dela e com quem pode estar
  • Esteja atento às roupas que a criança ou adolescente está usando e, em caso de sumiço, descreva para a polícia
  • Mantenha alguém à espera no local de onde ela sumiu. É comum que ela retorne para o mesmo ponto 
  • Ensine as crianças, desde pequenas, a saberem dizer seu nome e nome dos pais 
  • Quando a criança ou adolescente for localizada, informe a polícia  

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