Polícia



Assassinato no mercado

Fiscal do Carrefour que aparece nos vídeos da morte de João Alberto Freitas é presa

Adriana Alves Dutra, que se apresentou ao Palácio da Polícia nesta terça-feira (24), é a terceira pessoa a ser detida no caso

25/11/2020 - 09h10min


Cid Martins
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Reprodução / Arquivo Pessoal
Adriana Alves Dutra, de branco

A fiscal do Carrefour Adriana Alves Dutra, 51 anos, foi presa nesta terça-feira (24), de acordo com a Polícia Civil. A prisão é temporária, com validade de 30 dias. Ela se apresentou nesta tarde no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, com duas advogadas. Karla Sampaio, uma das que constituem a defesa de Adriana, disse à reportagem de GZH que nenhum esclarecimento será prestado neste momento.

João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, foi morto após ser espancado por dois seguranças na noite de quinta-feira (19). Adriana Alves Dutra, agente de fiscalização do supermercado, aparece nos vídeos que foram gravados por testemunhas, andando ao redor da vítima, e parece dar ordens por meio de um rádio. Ao ver que está sendo filmada, ela tenta impedir e discute com pessoas. 

Segundo a Polícia Civil, Adriana tem uma atuação determinante na morte de João Alberto por estar no comando dos dois seguranças que o espancaram, Giovane Gaspar e Magno Borges.

— Ela anuiu com essa conduta no momento em que faz algumas informações que foram capturadas em áudio e inclusive divulgadas em vídeo pelas redes sociais — afirmou a delegada Roberta Bertoldo.

A polícia entende que Adriana tinha o poder naquele momento de cessar as agressões a partir do fato de que era a superior imediata dos homens responsáveis pela segurança. Segundo a polícia, ela é investigada por homicídio doloso triplamente qualificado, assim como os agentes.

A polícia disse ainda que se certificou de que a investigada poderia ser presa, mesmo durante o período de embargo eleitoral. Como vota em um município da Região Metropolitana que não terá segundo turno, Adriana não foi amparada pela norma.

Em depoimento à polícia, Adriana disse que estava no setor de bazar quando foi chamada para atender a situação de um cliente que estaria em atrito com outra funcionária. Relatou que, ao chegar no local, "um cliente que trajava roupa preta, que soube ser policial militar, estava apaziguando a situação e já conversava com a vítima na intenção de acompanhá-la com o fiscal de piso Magno até a saída". 

"Que Jéssica relatou à depoente que a vítima seria uma pessoa agressiva e que havia entrado em atrito com fiscais de loja em outras datas. No momento da chegada da depoente, a vítima estava tranquila e foi acompanhada pelo policial e pelo fiscal. Tendo a vítima empurrado uma senhora e foi novamente orientado pelo cliente/policial a deixar disso e se acalmar. Que a vítima desferiu um soco no policial, momento em que se embolaram. Que a depoente fez a solicitação para chamar a Brigada, pelo rádio, e ligou para o Samu, quando viu sangue, e que a vítima havia desmaiado. Que a vítima proferia xingamentos durante a contenção, mas não ouviu a mesma pedir ajuda. Que a depoente pediu várias vezes aos rapazes que largassem a vítima", diz trecho do depoimento.

Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, os seguranças que bateram em João Alberto Freitas, foram detidos em flagrante no dia do crime e estão cumprindo prisão preventiva no momento.



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