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Crime organizado

Polícia Civil prende em Santa Catarina criminoso considerado um dos mais procurados do RS

André da Silva Dutra, o Gordo Dé, que responde por homicídios e lavagem de dinheiro, entre outros crimes, estava foragido há mais de dois anos

23/11/2020 - 11h39min


Leticia Mendes
Cid Martins
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Divulgação / Arquivo pessoal
André da Silva Dutra, o Gordo Dé, foi recapturado em SC

Uma ação da Polícia Civil gaúcha resultou, neste fim de semana, na localização de um dos criminosos mais procurados do Rio Grande do Sul. Foragido desde junho de 2018, quando desapareceu dos radares dos órgãos de segurança — apenas 39 minutos após receber uma tornozeleira eletrônica —, André da Silva Dutra, o Gordo Dé, foi recapturado neste domingo (22).

O criminoso foi preso em Bombinhas, no litoral de Santa Catarina, pela equipe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Gordo Dé tinha atualmente 11 mandados de prisão por crimes como homicídio, lavagem de dinheiro e assalto. Desses mandados, 10 eram de prisão preventiva e uma por conta de uma condenação de 40 anos, quatro meses e 13 dias.

Há mais de dois anos, o criminoso havia deixado o Presídio Central, em Porto Alegre, beneficiado por uma prisão domiciliar, mas em pouco mais de meia hora rompeu a tornozeleira eletrônica e passou a ser considerado foragido.

— Era o último líder de organização criminosa (do RS) que estava em liberdade — explica o delegado Arthur Raldi, da Delegacia de Capturas do Deic.

Em junho de 2018, após receber o direito de permanecer em casa por 90 dias, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, Gordo Dé deixou o Central às 19h45min. A bordo de um veículo de luxo, uma BMW X1, trinta e nove minutos depois, às 20h24min, rompeu a tornozeleira.

O sinal do GPS foi perdido quando ele chegou no município de Viamão. Na decisão judicial da época, era apontado que ele sofria de problemas de saúde, como hérnias abdominais.

O criminoso é apontado como chefe do grupo envolvido em homicídios e no tráfico de drogas. Em 2017, o governo do RS tentou transferir Gordo Dé para uma penitenciária federal, mas o pedido foi negado pela Justiça por conta de problemas de saúde do preso — naquele mesmo ano, 27 lideranças de grupos criminosos gaúchos foram encaminhadas para o sistema federal durante a Operação Pulso Firme.

Na época, Gordo Dé era considerado uma das principais lideranças do tráfico de drogas na zona norte de Porto Alegre, sobretudo no bairro Rubem Berta e no Loteamento Timbaúva, no bairro Mario Quintana.

— Mais um excepcional trabalho da Delegacia de Capturas. O Deic priorizou alvos específicos, além dos criminosos violentos, para recaptura, entre eles, líderes de facções. Desde o ano passado, já foram quatro líderes presos, sendo que este era o último e mais procurado — destaca o delegado Sander Cajal, diretor do Deic.

Polícia Civil / Divulgação
Criminoso é apontado como chefe de grupo envolvido em homicídios e no tráfico de drogas

Histórico

Em 2013, Gordo Dé foi apontado como um dos envolvidos em um roubo a um ônibus, que foi arremessado contra a residência de um rival em Alvorada.

Em fevereiro do ano seguinte, a Delegacia de Capturas do Deic prendeu Gordo Dé em Canoas, na Região Metropolitana. Na época, ele estava foragido do sistema prisional desde 2010. Preso, teria passado a comandar o tráfico de drogas de dentro do Presídio Central.

Em fevereiro de 2018, o criminoso foi alvo de investigação após comprar uma Captiva blindada e tentar legalizá-la na Polícia Civil. Para tentar despistar as autoridades, conforme a investigação, mandou registrar a Captiva em nome de uma "laranja", mulher de um detento.

Maiores informações sobre a prisão estão sendo divulgadas na manhã desta segunda-feira (23) durante coletiva à imprensa em Porto Alegre. GZH tenta contato com a defesa do preso.


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