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Zona Leste

Polícia prende traficantes investigados por torturas e execuções em Porto Alegre

Em dois dos casos apurados, vítimas eram da mesma facção e teriam falhado em ações internas do grupo criminoso

02/12/2020 - 10h35min


Cid Martins
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Polícia Civil / Divulgação
Policiais civis cumprem mandados de prisão, busca e apreensão em três cidades gaúchas

Agentes da 5ª Delegacia de Homicídios da Polícia Civil cumpriram, na manhã desta quarta-feira (2), 14 ordens judiciais — sendo seis mandados de busca e apreensão, seis de prisão preventiva e mais dois de prisão temporária — nos bairros Bom Jesus, Jardim Carvalho e Mario Quintana, em Porto Alegre, além de Gravataí e em Charqueadas.

São vários crimes apurados, mas dois casos ocorridos neste ano na zona leste da Capital chamaram a atenção pela barbárie e crueldade. Dois integrantes da quadrilha foram torturados de forma violenta: um foi morto, e o outro só não foi executado porque os criminosos acreditaram que ele havia morrido.

O delegado Luís Firmino, responsável pela investigação, diz que um dos fatos ocorreu em fevereiro e o outro em outubro. Segundo ele, as vítimas pertenciam à mesma facção criminosa e teriam falhado em ações internas, por isso, a “punição” foi realizada para amedrontar os demais integrantes.

— Apuramos que eles perfuraram os corpos e deceparam membros dos dois, ainda vivos, divulgando para os demais. Tudo isso porque um deles falhou na ação de vigilância e o outro passou a vender drogas em um outro ponto do bairro Bom Jesus, sem o consentimento dos líderes — ressalta Firmino.

Investigação

O homem que sobreviveu denunciou o fato e identificou os executores, incluindo o mandante, que, segundo Firmino, teria feito uma videochamada para as vítimas antes dos crimes.

Segundo a polícia, o homem que teria dado as ordens é Luís Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta. Ele, que já esteve na lista da Interpol como um dos foragidos mais procurados, está atualmente na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), após ter sido preso no Paraguai há dois anos.

Logo depois, o detento foi enviado para um presídio federal no Rio Grande do Norte, mas retornou para a Pasc. Em 2015, após falha de comunicação entre a Justiça Federal e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), ele havia deixado a mesma prisão pela porta da frente.

No total, cinco mandados de prisão foram cumpridos, sendo que dois deles são de suspeitos que já estavam no sistema prisional. Um dos mandados judiciais foi cumprido justamente na Pasc e é referente a mais uma ordem de prisão contra Júnior Perneta.

GZH tenta contato com advogado dele para contraponto.



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