Polícia



Homicídio

Carrefour conclui acordo de indenização de viúva de João Alberto Freitas, espancado e morto no supermercado

Crime aconteceu em novembro de 2020 em uma loja de Porto Alegre

28/05/2021 - 09h13min

Atualizada em: 28/05/2021 - 17h05min


Laura Becker
Laura Becker
Enviar E-mail
Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
João Alberto Freitas foi espancado e morto em novembro de 2020

Seis meses após a morte de João Alberto Freitas, homem negro morto ao ser espancado por seguranças terceirizados do Carrefour, em Porto Alegre, foi concluído nesta quinta-feira (27) o nono e último acordo de indenização da empresa com os familiares. O valor será pago para a viúva da vítima, Milena Alves. 

A quantia acertada não foi divulgada pela defesa da esposa de João Alberto, mas é superior ao que foi oferecido inicialmente pelo grupo. O acordo foi firmado na Defensoria Pública do Estado. 

No início do mês de abril, o Carrefour propôs o valor de R$ 1 milhão para a viúva. Conforme a empresa, esse valor corresponde a soma do patamar máximo por danos morais fixado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para casos como este e de uma quantia referente aos danos materiais. A iniciativa deste acordo foi do próprio Carrefour. A empresa afirma que pretendia evitar a lentidão do Judiciário e garantir a família acesso rápido à indenização. O Carrefour solicitou acompanhamento da Defensoria Pública para preservar a transparência da negociação.

— Desde o primeiro momento, nossa principal prioridade foi dar o suporte necessário para os familiares, na parte psicológica e financeira. Conseguimos avançar rapidamente nos acordos com todos os familiares e hoje concluímos o último acordo com a senhora Milena — afirma João Senise, vice-presidente de RH do Grupo Carrefour Brasil.

No entanto, em abril, a defesa de Milena entendeu que a quantia era insuficiente e ressaltou que a cifra era equivalente ao valor pago pela empresa em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) após um segurança da empresa ter causado a morte de um cachorro com golpes de barra de metal, em novembro de 2018, em uma unidade de Osasco, em São Paulo. 

O representante de Milena Alves, Carlos Barata, afirma que o acordo atingiu o teto máximo que é pago atualmente para casos como esse.

— Chegamos a um patamar significativo. Mas a Milena aceitou esse acordo pois mais essa guerra com o Carrefour estava causando um desgaste mental muito grande — avaliou.

Ainda segundo o advogado, Milena enfrenta dificuldades após o ocorrido com marido, como sair de casa sozinha ou ter contato com pessoas que não conhece. 

Agora, a empresa precisa cumprir o prazo estipulado no acordo para fazer o depósito da indenização. Em nota, o Carrefour afirmou que vinha negociando “de forma voluntária e com o suporte da Defensoria Pública acordos individuais de indenização com os familiares.” 

O grupo também declarou que “disponibilizou, desde novembro, toda assistência financeira e psicológica para a família de João Alberto Freitas, incluindo uma assistente social e os gastos do dia a dia – como supermercados, aluguéis, transportes, educação, entre outros.”

Até abril, oito membros da família já haviam formalizado e recebido os valores dos acordos com a empresa, incluindo os quatro filhos, a enteada, a neta, a irmã e o pai de João Alberto.



MAIS SOBRE

Últimas Notícias