A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (19) a prisão de mais um suspeito de integrar o grupo criminoso que invadiu a casa de um empresário de Viamão, em maio deste ano, durante assalto, extorsão e tortura a uma família. Os criminosos fugiram do local levando a filha do homem, uma adolescente de 13 anos, que só foi libertada após ter sido abusada sexualmente.
O homem que seria o responsável pelo abuso foi detido na última sexta-feira (16) em Viamão — o restante da quadrilha foi presa durante operação policial deflagrada no dia 6. Segundo a investigação, o crime foi comandado por meio de chamada de vídeo feita por um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
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A prisão desta sexta foi realizada pela equipe do delegado Júlio Fernandes Neto, da 2ª Delegacia de Polícia da cidade. De acordo com ele, a divulgação ocorreu somente nesta segunda-feira porque o investigado passou por identificação.
Durante a operação do início do mês, que cumpriu cinco mandados de prisão e 11 de busca, foi preso um homem em Viamão — pai de um dos integrantes do grupo — e uma mulher em Porto Alegre, que teria recebido valores da extorsão. O delegado Fernandes Neto diz que eles exigiram R$ 30 mil do empresário.
Também foram cumpridos mandados de prisão contra o sobrinho do empresário — apontado como um dos mandantes e que já estava detido no Presídio Central — e contra o líder do grupo, que já estava na Pasc, local de onde comandou todos os crimes. Um sexto envolvido foi morto logo após o fato, durante confronto com a Brigada Militar.
Ligados a facção da Capital
Fernandes Neto não divulga os nomes dos investigados, mas destaca que o crime, ocorrido no dia 17 de maio, foi elucidado e que todos os envolvidos integram uma facção que tem base na zona leste da Capital. Para ele, a ação — além de contar com informações privilegiadas, de quem conhecia a rotina das vítimas — foi uma forma de demonstração de poder por parte do grupo criminoso, que tenta dominar o tráfico na região e, para isso, intimida moradores.

O crime teria sido motivado pelo fato de que o sobrinho do empresário teria uma dívida com os traficantes, por isso elaborou um plano para extorquir o familiar e pagar o que devia ao líder do grupo. A polícia tenta também conseguir elementos para embasar um pedido ao Judiciário para que o detento da Pasc seja encaminhado ao sistema penitenciário federal. Os crimes apontados são tortura, roubo, extorsão, estupro e associação criminosa qualificada.