Polícia



Região Metropolitana

Sete homens são presos em cinco cidades em operação de combate a violência contra mulher

Ação foi realizada a partir de investigação de três meses da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher de Canoas

07/07/2021 - 09h22min

Atualizada em: 07/07/2021 - 09h22min


Jeniffer Gularte
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Polícia Civil / Divulgação

Três meses de investigação resultaram em uma operação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Canoas que prendeu sete homens em Porto Alegre e mais quatro municípios da Região Metropolitana na manhã desta terça-feira (6). Os crimes em apuração são tentativa de feminicídio, estupro, descumprimento de medida protetiva de urgência, divulgação de cena de nudez e ameaça.

Dos sete detidos, quatro foram presos preventivamente – são homens que estavam sendo investigados – e três em flagrante. Também foram cumpridas 16 ordens de busca e apreensão. A operação contou com 60 policiais e 19 viaturas em Canoas, Nova Santa Rita, Gravataí, Viamão e Porto Alegre, além do apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais para um mandado cumprido em área rural. Os trabalhos foram coordenados pela delegada Clarissa Demartini, titular da Deam de Canoas, e pelo diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza.

Durante a operação, as vítimas amparadas por medidas protetivas de urgência foram monitoradas. Também foram apreendidos objetos utilizados para ameaça e agressão das vítimas, como facas, seis armas de fogo e dois simulacros (armas falsas). 

Os policiais também recolheram celulares, dinheiro em espécie e munições. Segundo Souza, a ofensiva possibilitou que se zerassem as denúncias que estavam em aberto de uma única vez com a retirada significativa de agressores das ruas. Alguns dos presos têm mais de um antecedente por violência doméstica.

— Isso tem caráter preventivo e pedagógico. É importante que as mulheres vejam que não há impunidade e que elas se sintam encorajadas a denunciar mais. Não é sempre possível fazer operações desse nível, mas com ofensivas como essa conseguimos evitar crimes mais graves como o feminicídio e motivar denúncias. Percebemos que há uma queda nas ocorrências de violência contra mulher, mas quando chegam são de casos cada vez mais graves — pontua Souza.

Os casos em investigação envolvem um agressor apontado como autor de tentativa de feminicídio por estrangulamento. O crime aconteceu em 27 de junho de 2021 contra sua companheira de 18 anos. Outro homem é investigado por mandar fotos íntimas da ex-namorada para familiares. 

Mesmo com medida protetiva deferida, o acusado coagia a vítima para que retirasse a solicitação da medida, sob pena de expô-la ainda mais. Os crimes vinham acontecendo há cerca de dois meses.

Um terceiro homem foi preso pelos crimes de perseguição, dano qualificado, ameaça e violação de domicílio. A vítima informou que fora marcada com uso de arma de fogo. Na ficha criminal do quarto investigado constam antecedentes por homicídio, extorsão mediante sequestro, porte de arma, roubo a banco e receptação. A vítima era obrigada a passar a noite em chamada de vídeo com o agressor para que ele tivesse certeza de que a mulher estava em casa.

— A ação tem a finalidade de dar visibilidade ao combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São diversas histórias, as quais são unidas pelo pano de fundo da desigualdade de gênero — afirma a delegada Clarissa.

A Polícia Civil oferece um número de WhatsApp (51) 98444-0606 onde não apenas vítimas podem se manifestar, mas também amigos, familiares e vizinhos que estejam testemunhando agressões em todo o RS. Pelo aplicativo é possível enviar vídeos, áudios e mensagens de texto. O canal não deve ser usados em caso de emergência. Para essas situações, ligue para o 190 ou 197.


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