Polícia



Após 23 dias na UTI

Morre mulher que teve corpo queimado pelo companheiro em Gravataí

Aura Tamaris de Vargas, 37 anos, que era motorista de aplicativo, foi queimada pelo namorado no dia 3 de agosto. Homem está preso em Canoas

28/08/2021 - 07h00min


Tiago Boff
Tiago Boff
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Correção: Aura Tamaris de Vargas morreu na quinta-feira (26), e não na manhã de sexta-feira (27), como publicado entre as 11h16min e as 13h de 27 de agosto. O texto já foi corrigido.

A motorista de aplicativo Aura Tamaris de Vargas, 37 anos, morreu na noite desta quinta-feira (26), em Porto Alegre, após 24 dias internada na UTI do Hospital Cristo Redentor. A instituição informou ter chamado os familiares para uma "despedida" instantes antes do óbito.

Inicialmente, o hospital repassou a informação de que a morte teria ocorrido nesta sexta-feira pela manhã. Aura foi queimada pelo namorado na madrugada de 3 de agosto, dentro do apartamento onde viviam, na cidade de Gravataí, na Região Metropolitana. Segundo testemunhas, o casal discutiu, e o homem jogou gasolina e ateou fogo à companheira - a perícia, ainda não concluída, irá comprovar a substância utilizada.

Aura teve 31% do corpo queimado. As lesões no rosto agravaram o quadro de saúde dela.

O autor do crime - que não teve o nome divulgado pela polícia - está preso na Penitenciária Estadual de Canoas. Segundo a delegada Samieh Bahjat Saleh, ele foi indiciado por tentativa de feminicídio (agora consumado), três tentativas de homicídio contra os filhos de Aura e por incêndio doloso. Com a morte da vítima confirmada, a investigadora acredita que o Ministério Público deve denunciar o homem por feminicídio consumado.

Os três filhos de Aura estavam no imóvel no momento do ataque: uma menina de sete anos, um adolescente de 16 e um jovem de 18. Eles inalaram fumaça, precisaram ser levados ao hospital, mas logo deixaram a unidade de saúde.

Durante a briga, móveis foram destruídos - apenas a máquina de lavar e parte do sofá estão em bom estado, segundo amigos que foram ao apartamento da família, no bairro Santa Cruz. Uma campanha para reformar a residência foi criada por um amigo, o também motorista de aplicativos Thiago Dias da Silva.

— Vamos tentar agora juntar dinheiro para pagar o funeral. Lamentável. A Aura era aquela pessoa que sorria com a voz, no "bom dia" em nossos grupos de WhatsApp — conta.

Doações podem ser feitas pelo Pix 51 985905817, número do telefone de Thiago Dias. Os filhos de Aura estão vivendo na casa de um parente, e os valores arrecadados também auxiliam na compra de alimentos para o trio.

Denuncie

Caso tenha sido vítima ou testemunha de violência contra a mulher, procure a polícia. Isso permitirá que o caso seja investigado e até pode evitar que novas mulheres sejam vítimas.

É possível fazer o registro por meio da Delegacia Online, ir até a delegacia mais próxima ou procurar a Delegacia da Mulher. Caso tenha alguma informação, também é possível contatar a Polícia Civil pelo 197 ou usar o Disque-Denúncia no 181.

Também é possível procurar a ajuda do Ministério Público. Em Porto Alegre, a Promotoria Especializada de Combate à Violência Doméstica e Familiar atende no Instituto de Previdência do Estado (IPE) do RS, na Avenida Borges de Medeiros, 1.945. Os telefones para contato são: (51) 3295-9782 ou 3295-9700. O horário de atendimento atual é das 13h às 18h.  


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