Polícia



Operação da PF

Grupo criminoso seria responsável por distribuir quase R$ 7 milhões em cédulas falsas no país

Policiais atacaram alvos em Viamão, Alvorada e São Leopoldo e o líder do grupo teve novo mandado de prisão preventiva. Ação também aconteceu em Santa Catarina

08/10/2021 - 07h00min

Atualizada em: 08/10/2021 - 07h00min


Leticia Mendes
Polícia Federal / Divulgação
Agentes durante buscas na manhã desta quinta-feira

Ação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (7) nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina teve como alvo os responsáveis por fabricar e distribuir de cédulas falsas de Real. A Operação J029 tem como objetivo desarticular organização criminosa especializada neste crime, além da lavagem de dinheiro.

Cinco pessoas foram detidas no RS, em Viamão, Alvorada e São Leopoldo – mandados também foram cumpridos em Santa Catarina. Apontado como líder do grupo criminoso, um investigado considerado um dos maiores fabricantes de notas falsas do país, está preso desde o fim de julho. A apuração da PF aponta que os criminosos teriam colocado em circulação quase R$ 7 milhões.

O objetivo da operação desta quinta-feira era apreender celulares e outros itens que permitam dar seguimento à investigação. Também foram apreendidos veículos e bloqueadas contam bancárias dos investigados.  Como o falsário está preso desde julho, e seria o responsável por fabricar e entregar as cédulas, os agentes já esperavam que o volume encontrado não fosse alto. 

Em um comércio de Viamão, na Região Metropolitana, foram apreendidas três cédulas de 50, 100 e 200. O local, conforme a PF, estava sendo utilizado para a distribuição das notas falsas. Os envolvidos se reuniram neste local para fazer a entrega.  

Em Balneário Camboriú, litoral norte de Santa Catarina, houve uma prisão em flagrante, devido à apreensão de outras três cédulas falsas, mas a mesma pessoa já tinha mandado de prisão preventiva. A maioria dos locais onde foram cumpridas as ordens de busca ou prisão eram comércios, onde se havia suspeita de que pudessem estar sendo utilizados na distribuição do dinheiro falso.  

Uma das formas usadas, segundo a PF, para fazer o repasse das notas, era adquirir pela internet produtos eletrônicos, como celulares e videogames, e pagar com notas falsas. Os criminosos se aproveitariam do fato de que muitas vezes quem vende esse tipo de item não possui familiaridade com as cédulas e são mais suscetíveis a caírem nesse tipo de fraude. Somente algum tempo após a comercialização é que a pessoa se dava conta que havia recebido em cédulas falsas e registrava ocorrência. A investigação ainda apura qual era o destino desses eletrônicos adquiridos dessa forma.  

A operação

Dos mandados de prisão, cinco foram cumpridos no Estado – sendo dois em Viamão, dois em Alvorada e um em São Leopoldo. Ainda no RS, os agentes fizeram buscas em 15 locais. Outros três mandados de busca e um de prisão foram cumpridos em Santa Catarina.

A investigação apurou que a organização criminosa atuava desde 2012. Nesse período, foram apreendidas 75 mil cédulas produzidas pelo grupo, totalizando R$ 6,7 milhões em moedas falsas colocados em circulação. O nome da Operação J029 faz alusão à classe das cédulas produzidas pela organização criminosa, segundo classificação do Banco Central do Brasil.

— Ultimamente, os locais onde estavam circulando essas cédulas falsas eram em Porto Alegre, e na Região Metropolitana, além de cidades de Santa Catarina — explica o delegado Cristiano Gobbo, da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários.  


O líder da organização  

No fim de julho, a PF prendeu o homem considerado um dos principais produtores de cédulas falsas do país. O mandado de prisão foi cumprido em Araranguá, Santa Catarina, quando o investigado seguia em um veículo blindado para o RS. O suspeito tem 54 anos e é natural de Cachoeira do Sul, na Região Central. Nesta quinta-feira, também foi cumprido novo mandado de prisão preventiva contra este mesmo homem, que já se encontra no sistema prisional.  

Segundo a PF, o investigado vinha sendo procurado desde 2016, quando havia escapado após ser posto em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. Ele havia sido preso em operação da PF, em 2014. 

A investigação federal apontou que as cédulas fabricadas por este homem tiveram queda significativa após a prisão dele, em 2014. No entanto, quando se tornou foragido, as notas com a numeração de série utilizadas em suas falsificações voltaram a circular em todo o Brasil.

Prisões e mandados

No Rio Grande do Sul 

  • Viamão: dois presos temporariamente e 12 mandados de busca e apreensão  
  • Alvorada: dois presos preventivamente e dois mandados de busca e apreensão
  • São Leopoldo: um preso preventivamente e um mandado de busca e apreensão  

Em Santa Catarina

  • Balneário Camboriú: um preso preventivamente e um mandado de busca e apreensão
  • Itajaí: um mandado de busca e apreensão
  • Tijucas: um mandado de busca e apreensão

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