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Na Zona Sul 

Polícia pretende concluir investigação sobre latrocínio de jovem em Porto Alegre até o fim deste mês

Três suspeitos do crime na Avenida Chuí, no bairro Cristal, estão presos

23/10/2021 - 07h00min

Atualizada em: 23/10/2021 - 07h00min


Leticia Mendes
Lauro Alves / Agencia RBS
Um dos investigados foi detido pela BM no dia 7 de outubro na zona norte da Capital

A Polícia Civil pretende concluir até o fim deste mês o inquérito sobre o assassinato de Cristiane da Costa dos Santos, 20 anos, em uma parada de ônibus na zona sul de Porto Alegre. Três suspeitos do crime – uma mulher de 32 anos, e dois homens, de 21 e 19, – estão presos. A jovem foi morta com um tiro no peito durante o roubo de celular, ao lado do BarraShoppingSul, na Avenida Chuí, no bairro Cristal.  

Wesley Ricardo Aquino Corrêa, 21 anos, foi preso em 7 de outubro por policiais do 20º Batalhão de Polícia Militar (BPM), quando caminhava na Rua 24 de Agosto, no bairro Sarandi, zona norte de Porto Alegre. No dia 12 de outubro, Wellynton Matheus Fernandes Moraes, 19, foi preso pela Brigada em São Nicolau, no noroeste do RS.  

Segundo a delegada Luciana Smith, da 20ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação, os dois presos por suspeita de terem cometido o roubo na parada de ônibus admitiram o assalto, mas empurram um para o outro a autoria do tiro que atingiu o peito de Cristiane.  

– Admitem o assalto. Mas um imputa ao outro o disparo – afirma a delegada.  

Wesley foi ouvido após ser detido, enquanto Wellynton já tinha prestado depoimento, antes de ser preso, no qual havia admitido o roubo. A mulher de 32 anos é apontada como a motorista, que teria transportado os dois até o local do crime e depois auxiliado na fuga. A polícia tentou realizar a acareação entre os dois homens, após as prisões, mas eles permaneceram em silêncio.

Segundo a delegada, a perícia auxiliará a descobrir qual o calibre da arma usada para atingir a jovem. No entanto, ainda assim, não se sabe com quem estava cada uma das armas usadas. Nenhum armamento foi apreendido até o momento. Ainda que não seja possível precisar quem atirou, a delegada pretende responsabilizar todos pelo latrocínio.  

– Não tenho dúvidas a respeito. Os dois foram reconhecidos por vítimas e testemunhas que estavam na parada. Devemos encaminhar o inquérito assim. Ainda aguardamos algumas perícias – afirma a delegada.  

Em depoimento, cada um dos suspeitos apontou uma versão para o disparo contra Cristiane. Wellynton, o primeiro a ser ouvido, alegou que ela tentou reagir ao assalto, e o outro, Wesley, afirmou que ela teria tentado tirar a arma da cintura do comparsa. Já as testemunhas alegaram que o disparo aconteceu de forma muito rápida, após um dos criminosos gritar com a jovem.  

– Não há nenhum indicativo de que ela possa ter esboçado uma reação desse tipo. Ela pode ter se atrapalhado, ficado nervosa, foi um pouco para trás. Mas é muito improvável qualquer tipo de reação desse tipo – afirma a delegada.  

Outro ponto divergente no relato dos dois à polícia é o destino dos celulares. Enquanto Wellynton alegou que após o crime não quis ficar com os aparelhos e foi deixado na Avenida Bento Gonçalves, Wesley admitiu que eles dividiram os telefones e retornaram para o Campo da Tuca, onde moravam.  

A polícia tentou ouvir a mulher nesta semana, mas ela optou por permanecer em silêncio. Ela foi a primeira a ser presa, por suspeita de ter transportado os autores do assalto até as proximidades do local do crime em um Fiesta. Com ela, foi apreendido celular que mostra troca de mensagens com outro suspeito sobre o latrocínio. A polícia chegou até a investigada ao receber a informação da participação do Fiesta. Com auxílio de imagens de câmeras de segurança — e com a particularidade de o veículo estar com um dos faróis traseiros queimados —, os agentes chegaram ao proprietário do carro, ex-marido da suspeita.  

Os três estão com prisão temporária decretada pela Justiça. A delegada encaminhará à Justiça o pedido para que as prisões sejam convertidas em preventiva, sem prazo determinado para serem encerradas. A expectativa é de que o inquérito seja concluído até o fim deste mês.   

Contraponto

GZH entrou em contato com o advogado que acompanhou Wellynton na Polícia Civil, mas o escritório de advocacia informou que não atuará no processo, por isso não irá se manifestar. GZH tenta contato com as demais defesas. 


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