No Rio Grande do Sul, 44,6 mil gaúchos vivem em cidades em que há pelo menos 20 anos ninguém é assassinado. Cruzando dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) desde 2002 – ano em que os indicadores passaram a ser sistematizados –, GZH chegou a 21 municípios que não registram mortes violentas há duas décadas. Ao comparar números de homicídios, latrocínios (roubos com morte) e feminicídios, essas cidades aparecem como locais apartados de crimes contra a vida, que só em 2020 fizeram 1.987 vítimas no Estado.

São locais onde a baixa criminalidade interfere na atmosfera na cidade, no comportamento dos moradores e em condutas pouco prováveis para quem vive na Região Metropolitana. Desde uma padaria que, antes de fechar as portas, deixa cucas do lado de fora para os clientes buscá-las mais tarde, até moradores que precisam forçar a memória para recordar da última vez que souberam de um crime.

Com média de 2,1 mil habitantes, esses municípios estão concentrados no Vale do Taquari, no Norte, no Noroeste e na Serra. GZH conheceu três dessas cidades e conta detalhes do estilo de vida dos seus moradores.

Leia as reportagens:

Xerife que media de furtos a conflitos e o BBB entre moradores: a vida em Canudos do Vale

Em Lagoa dos Três Cantos o 190 quase não toca e a cuca fica do lado de fora da padaria

Presidente Lucena, uma "ilha" sem violência no meio do caminho entre Porto Alegre e a Serra