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Clínica estética clandestina que utilizava anestésico para cavalos é interditada em Porto Alegre

Caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Proteção ao Consumidor

29/12/2021 - 08h27min

Atualizada em: 29/12/2021 - 08h29min


Jean Peixoto
Jean Peixoto
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Polícia Civil / Divulgação
Ação conjunta entre a Vigilância Sanitária e a Decon ocorreu no final da manhã desta terça-feira (28)

Correção: a clínica funcionava no bairro Morro Santana, e não no bairro Petrópolis, como informado entre 18h46min de 28 de dezembro e 6h05min de 29 de dezembro de 2021. O texto foi corrigido.

Uma ação conjunta entre Polícia Civil e Vigilância Sanitária resultou no fechamento de uma clínica de estética clandestina na manhã desta terça-feira (28), em Porto Alegre. No estabelecimento, que funcionava sem alvará na Avenida Emílio Schlabitz Neto, no bairro Morro Santana, na zona leste da Capital, foram apreendidos diversos materiais utilizados em procedimentos, como seringas, ampolas e até anestésicos para cavalos. Alguns dos produtos estavam com data de validade ultrapassada. 

A clínica foi alvo de uma denúncia do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) devido ao tipo de procedimento realizado no local. A proprietária, que estava sozinha na estética no momento da abordagem, prestou depoimento junto à Delegacia de Polícia de Proteção ao Consumidor (Decon) e foi liberada na sequência. 

A estética não possuía alvarás de funcionamento nem de saúde, além de não contar com um profissional habilitado para a realização de procedimentos invasivos. Mediante os fatos, o estabelecimento foi interditado pela Vigilância Sanitária de Porto Alegre com apoio dos agentes da Polícia Civil. 

O delegado Joel Wagner, titular da Decon, comenta que a presença de equipamentos depositados em lixeiras com aparência de uso recente, sendo alguns ainda sujos de sangue, denotam que podem ter ocorrido atendimentos no local ainda durante a manhã de terça-feira. 

— Pelo que foi apreendido, observamos que a proprietária realizava procedimentos estéticos de aplicação da toxina botulínica de preenchimento. Detectamos diversos objetos, inclusive sujos de sangue. Apesar de não termos visto ninguém sendo atendido naquele momento, tudo indicava que podem ter ocorrido procedimentos, inclusive, nesta manhã — pontua. 

O delegado explica que a proprietária possui Ensino Superior mas não tem formação na área da saúde. Em depoimento, ela teria afirmado que está cursando Biomedicina. A proprietária responderá por crime contra as relações de consumo, que pode resultar em detenção de dois a cinco anos, e exercício ilegal da medicina, com possibilidade de detenção entre seis meses e dois anos. 

A investigação também buscará esclarecer de que forma os produtos apreendidos foram comprados. Segundo o delegado, a toxina botulínica é de uma marca autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os anestésicos exigem receituário. Ele também faz um apelo para que as pessoas não realizem procedimentos em locais sem credenciamento. 

— Era um estabelecimento com ausência de identificação na fachada. Provavelmente as pessoas que procuravam tivessem conhecimento de como funcionava. Peço que as pessoas procurem locais credenciados e licenciados pelos seus respectivos órgãos e conselhos, com profissionais qualificados. São procedimentos que podem custar muito caro à saúde — salienta. 


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