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Em São Paulo

"Cometi um erro, mas não merecia ser humilhado", diz jovem negro que correu algemado a moto da Polícia Militar

Vídeo que mostra o momento da ação gerou revolta e acusações de racismo nas redes sociais; policial responsável pela conduta foi afastado

07/12/2021 - 11h36min

Atualizada em: 07/12/2021 - 11h39min


GZH
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Twitter / Reprodução
Caso ocorreu no dia 30 de novembro, por volta das 15h, na zona leste de São Paulo

Na semana passada, o vídeo em que o jovem negro Jhonny Italo da Silva aparece aparece correndo algemado a uma motocicleta da Polícia Militar de São Paulo viralizou e gerou revolta nas redes sociais. Jhonny, que tem 18 anos e respondia em liberdade a um processo por tráfico de drogas, foi flagrado portando maconha pelo policial que executou a ação - conforme informações divulgadas pelo Fantástico, da TV Globo. Na edição do último domingo (5) do programa, o jovem falou sobre o ocorrido. 

"Me senti humilhado, tive medo de morrer. Cometi um erro, mas não merecia ser humilhado",  disse Jhonny, atualmente recluso em um centro de detenção provisória, em bilhete enviado para a produção do Fantástico

A equipe do programa conversou ainda com a irmã do jovem, Larissa da Silva, e o advogado Fábio Costa. Ambos criticaram a ação da polícia. "Não era certo o que ele estava fazendo, mas também não foi certo o que o policial fez com ele. Ali ele estava em um momento precisando de ajuda, e não de ser julgado", opinou Larissa. 

"Ele não tinha um rádio para chamar uma viatura para colocar o menino e levar até o local?" questionou o advogado sobre a postura adotada pelo agente. "O pensamento dele é: 'Não basta só prender, eu vou te humilhar', avaliou.

Nas imagens que viralizaram nas redes sociais, é possível ver Jhonny correndo algemado a moto do policial, enquanto o autor do vídeo, um motorista que passava pelo local no momento, diz: "Algemou e está andando igual um escravo. 'Óia'. Vai roubar mais agora?". A conduta da polícia no caso foi alvo de acusações de racismo e críticas por parte de entidades dos direitos humanos.

Após a repercussão, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o policial que executou a ação foi afastado do serviço e que um inquérito foi instaurado para apurar a conduta do agente. 


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