Polícia



Maus-tratos

Polícia investiga caso de adolescente que transmitiu live torturando e matando um cachorro em Lindolfo Collor

Crime teria sido motivado por resposta do suspeito a desafio propagado pela internet

28/12/2021 - 12h50min

Atualizada em: 28/12/2021 - 13h02min


Guilherme Milman
Enviar E-mail
Polícia Civil / Divulgação
Agentes apreenderam objetos utilizados pelo jovem durante a transmissão ao vivo

A Polícia Civil investiga o que levou um adolescente de 17 anos a torturar um cachorro até a morte enquanto transmitia ao vivo na internet na última sexta-feira (24), no município de Lindolfo Collor, no Vale do Sinos. Segundo a Polícia Civil, o animal foi capturado da rua pelo autor do vídeo.

Ao menos 30 pessoas acompanharam a transmissão, feita do banheiro da casa da mãe do jovem. O vídeo tem duração de cerca de meia hora. No dia seguinte, policiais receberam denúncias e foram cumprir mandados de busca e apreensão na residência. Durante a ação foram recolhidos objetos utilizados durante a prática, além do telefone celular do menor. Um pedido de quebra de sigilo do aparelho já foi solicitado à Justiça.

Nos últimos dias, a delegada Raquel Peixoto realiza audiências com parentes e pessoas próximas ao jovem. Através dos depoimentos feitos até o momento, foi possível identificar uma suposta rede de usuários que promove a prática de tortura e automutilação através de "desafios".

— Aparentemente esse grupo utilizava essa plataforma de transmissão em vídeo para pedir que as pessoas cumprissem esses desafios, sempre ligados a violência. Nosso objetivo agora é tentar se aprofundar na organização desse grupo, que possui membros de vários lugares do país — explica a delegada.

Conforme a apuração, o jovem possui problemas psiquiátricos e recebe atendimento médico há bastante tempo. Durante o depoimento, os pais alegaram não ter conhecimento de que o jovem utilizava essas plataformas.

Por ser menor de idade, os agentes não puderam enquadrá-lo pelo crime de maus-tratos a animais. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público que deve tomar as medidas cabíveis. Se tivesse 18 anos de idade ou mais, poderia cumprir uma pena de 3 a 5 anos de prisão. 


MAIS SOBRE

Últimas Notícias