Polícia



Litoral Norte

"Não é um caso de polícia. Isso é um caso de educação", diz comandante da BM sobre atos de vandalismo na praia

Vídeos que circulam em redes sociais mostram confusão na Avenida Beira-Mar, em Atlântida

03/01/2022 - 09h07min


Aline Custódio
Aline Custódio
Enviar E-mail

O caso de vandalismo registrado no amanhecer de 1º de janeiro na Avenida Beira-Mar na praia de Atlântida, no município de Xangri-Lá, Litoral Norte, não foi isolado, de acordo com o comandante do 2º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (2º Bpat) da Brigada Militar, tenente-coronel Aurélio da Rosa. Conforme o comandante, os municípios com balneários pelos quais o batalhão é responsável, de Tramandaí a Torres, tiveram registro de vandalismo na virada para 2022. Mesmo entendendo os distúrbios como vandalismo, que em Atlântida resultaram até em cercas de vidro quebradas num condomínio à beira-mar, Rosa reforçou que são casos de "falta de educação", e não de polícia.

— Nós entendemos como um caso de vandalismo. E isso não é um caso de polícia. Isso é um caso de educação. Tínhamos ali pessoas de bem. Adolescentes, filho de coronel, filho de qualquer profissão. Para não citar qualquer uma, citei a minha. Mas são pessoas de bem que se valem do anonimato para cometer aqueles absurdos — justificou.

No final da madrugada da virada para 2022, milhares de pessoas seguiam aglomeradas na Avenida Beira-Mar, entre a Avenida Central e a Rua Içara, em Atlântida, quando jovens começaram a arremessar garrafas uns contra os outros, trocas de socos e corre-corre. Imagens que circulam nas redes sociais mostram a aglomeração se formando ainda à noite. Já com o dia claro, carros tentavam passar em disparada pelo local, enquanto jovens se provocavam e arremessavam garrafas e pedras sem direção definida. Um condomínio à beira-mar teve cercas de vidro destruídas.

Segundo o prefeito de Xangri-Lá, Celso Bassani Barbosa, que soube da situação pelas redes sociais, não havia festa programada pela prefeitura ou pelos estabelecimentos comerciais da região. Mesmo assim, a multidão passou a noite aglomerada no local, que antes da pandemia costumava receber atividades na virada do ano.

— Tivemos conhecimento da situação. Não era 9h da manhã, e o serviço da Secretaria de Obras e Turismo do município já tinha limpado toda a avenida. A segurança é de responsabilidade do Estado e da Brigada Militar. Se juntou um grupo de jovens bastante grande, com bebidas e deixando lixo na rua. E teve briga também. Não fizemos evento público, por isso, não temos que nos desculpar. Fizemos a nossa parte, que foi a limpeza. Mas não temos como proibir as pessoas de irem a uma área pública ou beira-mar — destacou o prefeito.

Barbosa acredita que a situação não voltará a ocorrer. Porém, ressaltou que pretende se reunir à Brigada Militar durante a semana para discutir novas medidas de segurança no município.

— Tem pessoas criticando nas redes sociais que são os moradores, os pobres. Não são moradores, não. Não são os pobres. São pessoas que vieram para o Réveillon e a educação de cada um. Não tem eu, como prefeito, cobrar a educação de filhos de pessoas que veraneiam, que vieram passar o Réveillon — afirmou o prefeito.

Para o tenente-coronel Aurélio da Rosa, se a Brigada Militar usasse ações antimotim e a cavalaria, acabaria sendo questionada pela população por ter usado força contra os jovens.

— O que precisa ser entendido é que contra um público desses eu não posso atuar com grande força antimotim e cavalaria porque adolescentes e menores serão feridos. E isso precisa ser pensado antes de uma ação destas. Seríamos cruéis contra aquele bando de adolescentes. E a gente sabe que são adolescentes de bem. É meninada que se entorpece com álcool e com outras drogas e acha que pode fazer tudo. Vocês que hoje me criticam por termos tido uma situação destas de vandalismo, poderiam estar me criticando por um adolescente ou menor ter sido morto numa ação de antimotim da Polícia Militar — argumentou o comandante.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias