Polícia



Na chegada ao Beira-Rio

"Foi uma atitude isolada", diz comandante da Brigada Militar em Porto Alegre sobre ataque a ônibus do Grêmio

Na avaliação do coronel Fernando Gralha Nunes, o trabalho de escolta foi feito corretamente, mas não é possível garantir 100% a segurança nestes casos

27/02/2022 - 13h26min

Atualizada em: 27/02/2022 - 13h28min


GZH
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Mateus Bruxel / Agencia RBS
Brigada Militar promete fazer uma análise e um aprimoramento das escoltas para evitar novos casos como este

O comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC), coronel Fernando Gralha Nunes, avaliou o ataque ao ônibus do Grêmio na chegada ao Beira-Rio para o clássico Gre-Nal, na tarde deste sábado (26), como uma "atitude isolada". De acordo com o coronel Fernando Gralha Nunes, o caso não foi planejado.

— Essa ação, ao que tudo indica, não foi programada. Foi uma atitude isolada, específica. Não tínhamos notícia de algum atentado previsto, programado — relatou em entrevista à Rádio Gaúcha, destacando que a inteligência da Brigada Militar monitora os grupos de torcedores com históricos de incidentes.

O coronel da BM lamentou o ocorrido, mas reafirmou que o trabalho de escolta realizado pelo 1º Batalhão de Polícia de Choque da Capital foi feito corretamente. Ainda assim, ressaltou que nestes casos é impossível isolar completamente o ônibus.

— A escolta funciona como uma cápsula em torno do veículo. Mas o presidente dos Estados Unidos foi alvejado (John F. Kennedy, em 1963). A segurança é relativa, nada é 100% seguro. Inclusive a escolta passou por grupos de torcedores muito maiores durante o trajeto do hotel até o local do evento e não houve nenhum incidente registrado — disse Nunes, que complementou:

— As escoltas sempre passam pela torcida adversária e nunca tivemos incidentes mais graves. Não existe, tecnicamente, uma forma de isolar totalmente, expulsar as pessoas na rua. Uma atitude dessas é individual e criminosa. Da parte da Brigada Militar, as medidas foram adotadas. Tivemos monitoramento aéreo, a cavalo, mas essa atitude individual acabou acarretando esse episódio lamentável.

Questionado se as escoltas serão revistas para evitar novos casos como este no futuro, o comandante do CPC garantiu que será feita uma análise do que aconteceu para que o trabalho possa ser aprimorado. Porém, ressaltou que "não houve uma falha nítida".

Por fim, o coronel Nunes destacou o trabalho da Brigada Militar ao prender dois suspeitos pelo crime. A dupla, que não teve a identidade revelada, foi levada à delegacia para que pudesse ser interrogada.

— Em um primeiro momento, eles conseguiram fugir, se misturaram com outros torcedores. Mas continuamos com as diligências até localizá-los e prendê-los — contou, antes de concluir:

— Temos a convicção da participação deles no evento, tanto que foram presos em flagrante. Mas a individualização das condutas e a investigação sobre a participação de outras pessoas fica a cargo da nossa parceira, que é a Polícia Civil.


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