Polícia



Charqueadas

"Foi um crime premeditado", diz promotor sobre morte de Ronei Júnior

Na manhã desta sexta-feira, terceiro dia de júri, promotoria apresentou argumentos de acusação

25/06/2022 - 07h00min

Atualizada em: 26/06/2022 - 13h56min


Eduardo Matos
Eduardo Matos
Enviar E-mail
Juliano Verardi / DICOM / TJRS
Promotor Sidou diante dos pais da vítima

O terceiro dia do júri do processo que apura as responsabilidades pela morte de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior começou na manhã desta sexta-feira (24), em Charqueadas.  Os promotores de justiça Anahi Gracia de Barreto e João Cláudio Pizzato Sidou deram início à audiência. Um vídeo de uma câmera de segurança que registrou a briga que resultou na morte foi mostrado pelos membros do Ministério Público.

— Esse foi um crime premeditado — avaliou Sidou.

As imagens mostram que o fato foi rápido, durando 2min30seg. Pessoas aparecem cercando o carro onde as vítimas entraram, batendo no veículo e nas vítimas e jogando garrafas.

O promotor explicou a dinâmica dos fatos desenhando em uma espécie de lousa. De acordo com ele, um dos réus teria dito, em depoimento à Polícia Civil, que passou pelo amigo da vítima e o teria alertado que alguém faria algo com ele, indicando a premeditação.

Conforme o promotor, os depoimentos comprovam que os réus queriam "pegar um cara" de São Jerônimo. É uma referência ao amigo de Júnior, Richard Saraiva de Almeida, que ficou ferido na briga e entrou no carro com a namorada Francielli Wienke, o pai de Júnior, Ronei Faleiro, e o adolescente que acabou morrendo.

Vídeos de testemunhas que prestaram depoimento na fase de instrução foram mostrados pelo Ministério Público. Sidou explicou como o pai agiu para tentar salvar os adolescentes.

— Infelizmente ele não conseguiu salvar a vida do filho. Por quê? Porque ele foi neutralizado — disse o promotor sobre o ataque ao pai da vítima.

Em seguida falou o promotor Eugênio Paes Amorim. Ele descreveu o papel de cada um dos acusados no crime.

— O Vinícius era o comandante da ação — disse Amorim.

Sobre Leonardo, relatou que foi ele quem impediu que o pai de Júnior protegesse as vítimas.

— Se não desse a voadora, o pai conseguiria defender o filho. O Leonardo vem com uma conversa que deu um só chute. Perguntado pelo magistrado, disse que deu uma voadora jogando o pai longe.

Em relação a Peterson, disse que ele teve o papel principal na morte de Júnior.

— O Peterson quebra a garrafa na cabeça da vítima e crava a garrafa na cara da vítima — disse Amorim.

Laudos periciais foram mostrados aos jurados, entre eles, o de necropsia.

— Se ele não tivesse tomado uma garrafada, ele não teria morrido — sustentou o promotor.

Os pais da vítima, que acompanham o júri em plenário, choraram em vários momentos. O promotor mostrou aos jurados uma foto chocante da vítima, já morta, com vários cortes no rosto. Ao final, Amorim abraçou Ronei Faleiro, o pai.

Juliano Verardi / DICOM / TJRS
Promotor Eugênio Paes Amorim junto do pai da vítima

À tarde, os três defensores dividem duas horas e meia para a argumentação. Estão sendo julgados os réus Peterson Patric Silveira Oliveira, Vinicius Adonai Carvalho da Silva e Leonardo Macedo da Cunha. No total, o caso tem nove acusados.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias