Polícia



Suspeita de estelionato

Polícia pretende ouvir nesta segunda-feira 52 clientes que se dizem vítimas de golpe de loja online após anúncios feitos por Nego Di

Mutirão é realizado na 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, na Região Metropolitana

01/08/2022 - 13h18min


Leticia Mendes
Nego Di @negodioficial / Reprodução/Instagram
Em vídeos, humorista negou golpe, mas prometeu devolução de valores e anunciou ter vendido o próprio carro

Um mutirão é realizado nesta segunda-feira (1º) em Canoas, na Região Metropolitana, para ouvir clientes que relatam terem sido vítimas de um golpe de uma loja online. A Polícia Civil pretende obter os depoimentos de pelo menos 52 consumidores.

Um dos investigados no caso é o humorista e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di. Os compradores alegam que ele se apresentava como um dos proprietários da Tá di Zuera, que não entregou parte dos produtos adquiridos.

Segundo o delegado Rafael Pereira, seis policiais estão empenhados em ouvir os depoimentos das vítimas. Houve reforço por parte do Departamento de Polícia Metropolitana com envio de três servidoras. Nesta fase da investigação, além das oitivas, a polícia está reunindo documentos que auxiliem na apuração da suspeita de golpe.

As compras foram realizadas pelo site do loja entre os meses de março e abril e envolviam itens como televisores, aparelhos de ar-condicionado e smartphones. Os casos começaram a chegar à Polícia Civil após os consumidores não receberam as mercadorias nos prazos estabelecidos.

Nas redes sociais, Nego Di chegou a afirmar que havia problema com a logística das entregas, mas, mais tarde, afirmou que não era dono da loja e que só fazia propaganda. Ele prometeu, ainda assim, reembolsar os clientes que adquiriram produtos associando à loja ao nome dele.

Na Polícia Civil, durante depoimento que durou cerca de sete horas, o ex-BBB também afirmou que só fazia propaganda para a loja e que não recebeu nada com as vendas. Alegou que um empresário é o verdadeiro dono do site e seria o responsável por adquirir os produtos e repassa-los aos consumidores.

Os advogados do humorista conseguiram na Justiça que o site da loja Ta di Zuera fosse retirado do ar. A polícia investiga o caso como suspeita de estelionato.

R$ 30 mil ressarcidos, diz defesa

O advogado Hernani Fortini, um dos responsáveis por representar o humorista no caso, afirma que o cliente não fazia parte da administração e gestão da loja e, por isso, não possui acesso a nenhuma informação que facilite o levantamento. O advogado informou, na última sexta-feira (29), que tinham sido pagos em indenizações cerca de R$ 30 mil para 30 pessoas.

— Já estamos em contato com o site pagar.me para verificar a possibilidade de fornecer o histórico de pagamento realizados para ajudar a pretensão de indenização voluntária aos consumidores. O pedido encontra-se no jurídico do site, para analisar a possibilidade de fornecer para terceiros a informação. Oportuno mencionar que o referido procedimento é feito de forma manual e sem estrutura alguma, pois não se trata de uma empresa, mas sim da pessoa física do Dilson — disse o advogado.

Segundo a defesa, é necessário verificar e validar cada documento, antes de realizar o pagamento, já que haveria pessoas fingindo ter adquirido os produtos para receber algo. O advogado diz que no momento não é possível prever quanto tempo levará o reembolso dos consumidores porque não se sabe até agora o número total de pessoas lesadas e nem mesmo quanto será possível arrecadar para fazer a devolução.

— Frisa-se que não se trata de mero estorno. Ele está tirando dinheiro do seu próprio bolso para isso, pois não recebeu nada da loja. Registra-se que ele poderia aguardar o posicionamento que terá o Judiciário para eventualmente se envolver. Tal atitude trata-se de mero ato voluntário em razão de que muitas pessoas compraram pela imagem dele envolvida — afirmou.

Qual a orientação para pedido de reembolso

A orientação repassada pelo humorista e sua defesa para os compradores segue sendo a de enviar e-mail para estornosnegodi@gmail.com, com dados como nome completo, dados bancários, nota ou comprovante de compra. Se houver processo aberto, a solicitação é para que envie o número e também contato de advogado.

Quem foi vítima

A Polícia Civil orienta os consumidores a registrarem o fato por meio de ocorrência. É possível procurar qualquer delegacia, a Delegacia Online ou buscar diretamente a 1ª Delegacia de Polícia de Canoas.


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