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Violência

Morte de pintor foi estopim para confrontos a tiros na Vila Cruzeiro

Tiroteio na região do Cantão na madrugada de terça seria mais um capítulo dos confrontos entre criminosos das vilas Cantão e Formiga

17/02/2016 - 08h35min

Atualizada em: 17/02/2016 - 14h19min


Eduardo Torres
Eduardo Torres
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Tiroteio mobilizou a Brigada Militar à região do Cantão

O estopim para o tiroteio que levou pânico aos moradores da região do Cantão, no Bairro Nonoai, Vila Cruzeiro, Zona Sul de Porto Alegre, na madrugada de terça, teria sido a morte do pintor Felipe Rafael Ilha Lopes, 31 anos, ocorrida na manhã da última quinta.

Sem qualquer antecedente criminal, ele e o irmão, que foi baleado, eram moradores do Cantão e foram atacados supostamente por criminosos relacionados ao tráfico de drogas na Vila Formiga quando seguiam para o trabalho. Felipe foi executado em meio à Praça Maurício Zuckermann, e o irmão ficou ferido, a poucos metros de onde moravam.

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De acordo com o delegado Rodrigo Pohlmann, que investiga o caso pela 6ª DHPP, a principal suspeita é de que Felipe tenha sido morto por uma desavença antiga com o familiar de um criminoso. Um crime, segundo o delegado, sem qualquer relação com o tráfico de drogas, mas que acabou virando motivo para o acerto de contas entre os grupos rivais.

– Desde aquele homicídio temos intensificado a ação em toda a região, mas são constantes os chamados dando conta de invasões das vilas de parte a parte e de tiroteios – explica o major Sérgio Rocha, que responde pelo comando do 1º BPM.

Segundo ele, o confronto da madrugada de ontem foi mais um desses capítulos.

Vingança

A vingança pela morte do pintor é tratada abertamente nas redes sociais. Em uma postagem no Facebook, uma familiar escreveu: "Eles podem chegar e matar, por isso quem não é bandido acaba virando. É muito ódio desses trouxas, eles não tiveram nem um pingo de misericórdia, então, tem que se vingar sim. Eu sei que não vai trazer ele de volta, mas mexeram com a família errada".

Em outra postagem uma moradora repete: "Não é vingança, é a lei do retorno".

Pois horas depois da morte na praça, na última quinta, Wesley Roberto Garcia Flores, 18 anos, foi executado com diversos tiros na Rua Orfanotrófio, Vila Formiga, em frente à sua casa. A polícia suspeita que tenha sido uma vingança, que persistiu nas horas seguintes.

A Brigada Militar foi chamada por uma família que acabou expulsa do Cantão. Eram parentes de um suposto envolvido na morte de Felipe. Antigo morador do Cantão, ele teria passado a traficar para os rivais da Formiga. Naquela noite, o rapaz, que era considerado foragido, foi preso com uma arma.

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