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Taxistas high tech se esforçam para atender clientela conectada

Danilo Gomes não poupa esforços para conquistar clientes que não abrem mão de tecnologia. No carro, tem internet, GPS, Easy Táxi e máquina de cartão

17/11/2014 - 08h02min

Atualizada em: 17/11/2014 - 08h02min


Jeniffer Gularte
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Tadeu Vilani / Agencia RBS
Danilo Gomes investiu para agradar os clientes que fazem questão de estarem conectados

Na era da tecnologia móvel e da comunicação constante pelas redes sociais, há taxistas em Porto Alegre que já estão adaptados às necessidades dos passageiros que transportam.
Danilo Gomes, 50 anos, é um deles. Taxista com ponto no Bairro Menino Deus, ele percebeu que, ao investir numa rede de internet própria, faria a alegria de quem não abre mão de estar conectado e ainda poderia estar online para atender os que o chamam pelas redes sociais como Facebook e WhatsApp.

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- As pessoas começaram a perguntar se tinha internet. E eu queria ter um diferencial. Tem cliente que nem usa, mas quando vê que tenho internet, elogia - conta.

Vantagem para ele e os clientes

Mas não é apenas o pacote de internet instalado no iPad que faz de Danilo um taxista high tech. Ele também tem máquina de cartão de crédito que aceita quatro bandeiras - cerca de mil táxis na Capital tem máquina própria. Isso diminui a chance de assalto e oferece a praticidade a quem não carrega dinheiro.

Tecnologia ajuda a fidelizar clientes

Para não receber ligações a cobrar, tem dois celulares - com dois chips cada - com números das quatro operadoras. O kit de recursos tecnológicos se completa com o GPS - melhor amigo do motorista, que faz cerca de 30 corridas por dia - e o Easy Táxi (aplicativo de celular para chamadas de táxi), serviço oferecido por 60% da frota da Capital.

- Com o Easy, aumentei meu faturamento e faço economia de combustível, porque em qualquer lugar em que estou posso pegar um passageiro pelo aplicativo.
Para ele, a intimidade com a tecnologia não aumenta a clientela, mas fideliza.
- É um acessório. A responsabilidade é o mais importante. Tento estar bem vestido, ser cordial, estar com o táxi limpo e perfumado e oferecer meu serviço sempre. Confiança e credibilidade são importantes - ensina.
A doméstica Raquel da Silveira, 41 anos, aprova:
- Eu já entro no táxi pedindo a senha. Ninguém mais vive sem facebook.

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Depois do ar condicionado, a vez da internet

Embora haja resistência dos veteranos, o presidente do Sintáxi, Luiz Nozari, defende que é inevitável se vincular às novas tecnologias.
- Não tem como ficar alheio. Quem não tem isso, está fadado a desaparecer. O mercado vai começar a selecionar quem tem. O que se vê como prejuízo hoje vai passar a dar lucro.
Segundo ele, o mesmo aconteceu com o ar-condicionado. Hoje instalado em quase 100% da frota da Capital, enfrentou resistência de quem não queria gastar. Até que muitos taxistas passaram a perder corridas pela falta da climatização.
- Quem esperou para investir ficou parado no ponto. Ter internet no carro é uma questão de médio prazo. A exigência do usuário fará com que todos tenham. As pessoas se comunicam muito por esse meio - avalia.

Tempo útil dentro do táxi

Sem contar que o tempo dentro de um táxi é uma oportunidade valiosa para ler, enviar e-mails e mandar mensagens, uma vez que o passageiro não precisa estar atento ao trânsito. Quem souber valorizar isso, será privilegiado pelos clientes, aposta Luiz.
- Quanto mais possibilidade de serviços oferecer, melhor. Não sou favorável a obrigar a instalar, mas o mercado irá impor. O taxista é um microempresário. Se não souber administrar o táxi, ele quebra.


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