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Montenegro

Hospital interna moradora de rua e enfermeiros encontram R$ 15 mil debaixo da roupa da idosa

Dinheiro ficará mantido em depósito judicial

04/07/2016 - 16h19min

Atualizada em: 04/07/2016 - 16h20min


Ao ser retirada das ruas de Montenegro na semana passada e internada por decisão judicial, a idosa Lorena da Silva Rodrigues, 76 anos, teve de ser submetida à rotina do hospital da cidade. Entregou documentos e objetos pessoais aos enfermeiros, além da quantia de R$ 735. Quando levaram a senhora para o banho, no entanto, os funcionários tiveram uma surpresa: presos em tiras de pano amarradas ao corpo, outros R$ 14.300 estavam escondidos debaixo das roupas da moradora de rua.

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Ao todo, a idosa carregava R$ 15.035 mil. De acordo com a direção do Hospital Municipal de Montenegro, a Brigada Mil


itar foi acionada e registrou boletim de ocorrência. A quantia ficou guardada em um cofre do hospital até ser encaminhada, conforme orientação do promotor Celso Pedro Stein e da juíza Deise Lange Vicente, para depósito judicial.

Segundo o promotor, o dinheiro, que será usado para as necessidades de Lorena, poderá ser movimentado somente pelo juiz. A possibilidade é que o valor seja resultado das economias da moradora de rua.

– Não há denúncia alguma sobre origem ilícita (do dinheiro). Até o momento, é dela esse dinheiro. Não há por que investigar – explicou Celso.

Foi o filho de Lorena, Cesar da Silva Rodrigues, que entrou com um pedido na Defensoria Pública de Montenegro para a internação compulsória da mãe. A internação compulsória ocorre quando o juiz acata recomendação médica que atesta a incapacidade da pessoa de manter-se sozinha. De acordo com o promotor, a internação serviu justamente para checar a saúde mental da idosa.

Segundo o secretário de Habitação e Assistência Social, Ernani dos Santos, no passado Lorena ganhou uma casa da prefeitura de Montenegro. A mobília foi adquirida por doação dos habitantes. A garantia do teto, no entanto, não foi capaz de manter a senhora entre quatro paredes. As calçadas da cidade são sua moradia há pelo menos seis anos.

Na opinião de Ernani, o frio e o estado psicológico de Lorena tornavam perigosa sua permanência na rua.

– É uma pessoa de 76 anos que ficava exposta ao frio. Até pelo grau de demência que a gente nota – justifica o secretário.

Ícone de Montenegro, Lorena tinha a parada de ônibus em frente ao hospital como um dos lugares onde buscava refúgio. A idosa ganhava alimento dos habitantes e ração para dois cachorros e um gato que mantinha em sua companhia. O gato foi adotado e os cães estão sob responsabilidade do filho.

Depois de internada, Lorena será encaminhada a um asilo.

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