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Alerta

RS tem menos da metade de cobertura vacinal contra meningite C 

Estado não atinge a meta de 95% do público-alvo desde 2015

20/10/2022 - 21h52min

Atualizada em: 20/10/2022 - 21h53min


Kathlyn Moreira
Kathlyn Moreira
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Bruno Todeschini / Agencia RBS
RS ainda não chegou a 50% do público-alvo vacinado

O Rio Grande do Sul tem 49,09% de cobertura vacinal contra a doença meningocócica C, a mais frequente entre as meningites bacterianas. A imunização faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e evita a contaminação, além de sequelas e até a morte.  

A meta, segundo o Ministério da Saúde, é atingir ao menos 95% do público-alvo. A última vez que o Estado conseguiu alcançar o objetivo foi em 2015. A pasta está reforçando o pedido para que crianças e adolescentes recebam a dose, já que no último mês, houve confirmação de surto em São Paulo, com cinco casos do sorogrupo C. 

Podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas, a meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. No Brasil, ela é considerada uma doença endêmica, com casos que podem ocorrer ao longo do ano, durante surtos e epidemias ocasionais. De acordo com o Ministério da Saúde, as bacterianas são mais comuns no período de outono e inverno, e as virais, na primavera e verão. 

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A faixa etária com maior risco de adoecimento são as crianças menores de um ano de idade, no entanto, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença.  

Como forma de prevenção, houve uma ampliação temporária, com disponibilização da vacina meningocócica C para crianças até 10 anos de idade não imunizadas e para trabalhadores da saúde. A vacina meningocócica ACWY (conjugada) também é ofertada temporariamente para adolescentes não vacinados de 11 a 14 anos de idade. 

Esse último tipo está disponível no Calendário Nacional de Vacinação para quem tem 11 e 12 anos, mas adolescentes de 13 e 14 anos de idade também poderão se vacinar até junho de 2023 (veja abaixo quantas doses e em qual idade é preciso tomar o imunizante).    

Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES) as vacinas são disponibilizadas durante todo o ano nas unidades de saúde. O Estado não tem surtos de doença meningocócica  desde 2015.  Ainda de acordo com a pasta, houve uma redução considerável nas notificações  durante os anos intensos da pandemia e o padrão de letalidade da doença se mantém constante.

Cobertura vacinal no Rio Grande do Sul (%) 

Esquema básico/  Reforço

  • 2019 – 90,81% /91,35%
  • 2020 – 87,56% / 83,96%
  • 2021 – 77,48% / 73,52% (dados preliminares)
  • 2022 – 49,09% / 49,18% (dados parciais)

Observação: os dados de 2021 ainda são considerados preliminares pois há um prazo de até 12 meses para o lançamento das doses aplicadas pelos municípios no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). Os dados de 2022 são parciais pois o percentual considera o público a ser vacinado para o ano inteiro.

As sete vacinas recomendadas e disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) 

Meningocócica C (conjugada)

Protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. Esquema vacinal: primeira dose aos três meses de idade; segunda dose aos cinco meses de idade e reforço aos 12 meses de idade.

Meningocócica ACWY (conjugada)

Protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y. Esquema vacinal: uma dose em adolescentes de 11 e 12 de idade, a depender a situação vacinal.

BCG

Protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa. Esquema vacinal: dose única (ao nascer).

Penta

Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Esquema vacinal: primeira dose aos dois meses de idade; segunda dose aos quatro meses de idade e terceira dose aos seis meses de idade.

Pneumocócica 10-valente (conjugada)

Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Esquema vacinal: primeira dose aos dois meses de idade; segunda dose aos quatro meses de idade e reforço aos 12 meses de idade.

Pneumocócica 23-valente (polissacarídica)

Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Uma dose é suficiente para conferir proteção contra os sorotipos dos pneumococos contidos na vacina. É disponibilizada para toda a população indígena acima de cinco anos, sem comprovação da vacina pneumocócica 10-valente (conjugada). Para a população a partir de 60 anos, a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada cinco anos após a dose inicial.

Pneumocócica 13-valente (conjugada)

Protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Essa vacina é disponibilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) para os seguintes grupos especiais: pessoas a partir dos cinco anos, incluindo adultos nas condições de HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea).


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